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domingo, 25 de outubro de 2009

Umas verdades?

Comentários a uma notícia do Jornal “I” de 21.OUT.2009- Caixa de comentários – 5 comentários todos de um tal “Coimbra batista”

Descontentamento arrasa moral dos investigadores da PJ
O ambiente de insatisfação no trabalho e no relacionamento entre o pessoal de investigação criminal da Polícia Judiciária atingiu níveis nunca antes verificáveis. A tristeza invadiu o espírito dos investigadores, havendo uma atitude de cumprimento de serviços mínimos, não existindo motivação para trabalharem nem vontade para qualquer esforço adicional. Em doze anos que tenho de serviço nunca senti os colegas (e eu próprio) tão desmotivados, tão descontentes, tão indiferentes ao futuro da própria instituição. Não há confiança nas fracas lideranças que actualmente dirigem a PJ, elas próprias desconfiadas da administração, sem saberem qual a direcção estratégia que a mesma tem para o futuro da Judiciária

O Director Nacional, o primeiro polícia a chegar ao topo da hierarquia foi uma desilusão para todos nós que acreditávamos na mudança. Pessoa preocupada apenas com a imagem externa da PJ descurou a gestão das expectativas do pessoal que mais acreditou em si. Na última semana degolou qualquer hipótese de redenção junto do pessoal de investigação. Propôs louvores para mais de duas centenas de funcionários, alguns de duvidosa competência, cometendo mesmo a heresia de propor a promoção de dois dos seus melhores amigos (isto numa instituição onde a progressão vertical é extraordinariamente difícil, desde o ano 2000).

Pedro do Carmo, o seu acólito de Coimbra (quem é que sendo nº. 1 aceita ser ajudante do seu nº. 2?) magistrado do MP, tem cometido uma série incrível de irregularidades na gestão administrativa da Polícia Judiciária. Um magistrado criminal com o pelouro da administração só poderia dar em asneira. Têm sido muitas as decisões totalmente desconformes à Lei, havendo actualmente uma enorme litigância entre os funcionários e a administração.

Manuel Ferreira, o controleiro das finanças, número 3 da hierarquia, não sendo um jurista, tem estado na PJ como um elefante numa loja de porcelanas. Escondeu do anterior Director Nacional, Alípio Ribeiro, que a sua esposa era suspeita num Inquérito que decorria no Unidade de Combate à Corrupção (Alexandre Herculano), relacionado com as suspeitas de corrupção na antiga Direcção Geral de Viação. Inclusive foi realizada uma busca domiciliária na residência de ambos, na procura de provas. A senhora terá fugido às autoridades, para um país africano, não tendo sido possível ouvi-la em declarações (o marido nunca informou a PJ do paradeiro da sua esposa, também não era obrigado, mas que ética tem este senhor?).

Adicionado a todas estas pequenas minudências, corre ainda o boato, pelos imensos corredores da Directoria de Lisboa, de que esta Direcção da Policia Judiciária foi escolhida por Alberto Costa baseada na filiação maçónica dos dois principais dirigentes (loja de Coimbra, com protecção de Conde Rodrigues e de Moita Flores).Claro que em momentos de alteração do responsável pela pasta ministerial surgem imensos disse que disse, mas numa casa que necessita de estabilidade, liderança e clareza de objectivos é preciso outra direcção nacional, para a necessária motivação, ou renovação de motivação, por parte dos seus funcionários de forma a melhor poderem servir os cidadãos.
Para rematar toda esta trama de influências, a própria ASFIC (Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal), está devidamente controla pelo Director Nacional, cujo principal conselheiro e confidente é o seu presidente Carlos Anjos.Nada disto seria relevante se não fosse trágico para o futuro da investigação criminal em Portugal.Já agora, permitam-me exprimir um desejo: que a PJ, nesta nova legislatura, seja integrada num novo órgão de Polícia Criminal. POLÍCIA NACIONAL, ou seja o modelo francês de organização das três forças nacionais de policia: PJ/PSP e SEF.Bem hajam.

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Lisboa, Portugal
Investigador Criminal