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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Até quando dura Almeida Rodrigues?

Mensagem recebida via email:

Agora que passaram 100 dias de governo resulta óbvio que o facto de Almeida Rodrigues (AR) não ter sido reconduzido significa que o não irá ser.
A gestão de AR não vai deixar saudades, uma vez que a mesma sempre se pautou por não afrontar interesses, quer internos, mas muito menos externos. Pior, não existe qualquer estratégia na gestão da PJ, mas apenas objectivos de curto prazo que passaram, acima de tudo , pela gestão mediática do quotidiano.
As questões laborais, do papel da PJ no sistema de justiça e a sua relação com o outros OPCs sempre foram questões de somenos importância, o que interessou foi não levantar ondas, não fazer exigências, com o objectivo de manter o lugar.
Com AR assistiu-se ao nascimento de "pequenos poderes", todos eles de origem egocêntrica, dentro da Policia, e ao perder de uma unidade vital num corpo policial.
Sem General nunca um exército poderá ganhar uma guerra.
Vital será saber, mais do que o nome, o que pretende o novo Director Nacional para a " sua" Policia Judiciária.

13 comentários:

Anónimo disse...

Este post, à semelhança, aliás, de muitos outros que aqui têm sido colocados, recorda-me a famosa cena do filme "A vida de Briam", dos Monty Python Flying Circus, em que, reunidos em assembleia conspirativa, os membros da Frente Popular da Judeia vilipendiavam a ocupação romana, interrogando-se sobre o muito pouco que os romanos tinham feito pelo seu pais. Sucede que, depois de mencionarem os aquedutos, as pontes, as estradas, as leis, os esgotos, a paz e mais um sem número de benfeitorias, finalmente concluem que, com excepção de tudo isso, os romanos nada tinham feito e que, por essa razão, deviam ser expulsos da Judeia. E é esta a caricatura que se vê repetida na PJ, protagonizada, mais uma vez, pelos que, com a dança das cadeiras, alimentam a esperança de, finalmente, lhes calhar alguma coisinha melhor em sorte. Com efeito, com excepção da construção da nova sede, da abertura de um concurso para mais cem inspectores-estagiários, da conclusão de um curso para mais trinta inspectores-chefe, do reforço das competências da PJ, da manutenção do GNI e da UNE na estrutura da PJ, da ausência da PJ das polémicas em que se envolveram as principais figuras da justiça, da melhoria significativa dos resultados operacionais, etc, etc, o que é que AR fez pela PJ? Era bom que quem toda a vida se foi safando como dirigente (embora de segunda linha), como é o caso do administrador deste blog, deixasse de fazer daqueles que efectivamente trabalham meros instrumentos da sua ambição pessoal... ou familiar... não sei se me estou a fazer entender...

Anónimo disse...

O anónimo tem muita lata.
Sabe quem é o administrador do blog, mas não diz.
Afirma que ele quer um lugar, pois tem ambição pessoal.
Mas será que o anónimo está com medo de perder o tacho. Se assim não fosse identificava-se.

Anónimo disse...

rofachipSerá que o Dr. Almeida Rodrigues "já" comenta o blog?

Anónimo disse...

Quem será o dirigente de segunda linha?

Investigador criminal disse...

Comentário do blogger:
agradecendo os comentários e a participação de todos, dizer apenas que ao contrário do que vai dito num comentário, este blog não foi criado, nem serve, para efeitos de promoção pessoal, mas de melhorar a "nossa" policia e promover um forum de discussão. Aliás, se o objectivo fosse o de promoção pessoal........ falharia redundantemente; e seria bem melhor a inscrição numa dessas casas onde de avental se aprendem uns " truques" culinários com grandes irmão, para misturar os ingredientes do Universo.
Como se pode ler no Blog, a minha opinião é que AR falhou, falhou porque desde logo manteve a equipa de Alipio Ribeiro (que era uma comissão liquidatária, lembram-se?), deslumbrado com o convite não impôs qualquer condição e o seu "reinado" foi de " gestão do quotidiano" sem afrontar os interesses quer dentro da Policia e muito menos interesses políticos, aliás manter um director no crime económico como o que lá está........
Apenas dizer que a perspectiva do bloger sempre foi que a experiência de AR tinha sido tão má, que tão cedo não se queria outro Policia à frente da PJ.
O que vale é que um policia está habituado a nomes bem piores do que dirigente de segunda linha.....mas lá que ofende, ofende.

Anónimo disse...

Engraçado o comentário do cinéfilo Monty Python...será que ele anda de Mercedes do Estado?
Bem aquela da conclusão do concurso de 30 ICs...foi um pouco atribulado...não? A manutenção do GNI???? Reforço da competência da PJ???? Só se for no crime de segurança ilegal.....

Anónimo disse...

O Anónimo não parece ser tão anónimo assim. Neste post mais uma vez mantém a linha que já o vai caracterizando, o ataque pessoal. Pena que só nisto seja bom. Parece que o anónimo não tão anónimo sofre, ele sim, do mal de que acusa o blogger, manter o seu lugar a qualquer preço, mesmo que ninguém o queira ver ali.

Anónimo disse...

Aproveitando as palavras do administrador deste blog, de que o mesmo tem como principal objectivo o de “melhorar a "nossa" polícia e promover um fórum de discussão”, aproveito tal desejo para participar na discussão e desde logo deixem-me que partilhe convosco a “técnica do quadrado”, estratégia que actualmente se vive no sector da justiça em Portugal.
É muito interessante verificar que os ataques pessoais a AR têm início no momento em que de forma efervescente se fala da sua substituição.
Mas, mais estranho é quando se verifica que o “menino Pedrinho” não é tido nem achado nestes ataques. Presumo que quem frequenta este blog conheça as malfeitorias (para não dizer bertoldices) que tal personagem tem feito ao longo da sua passagem pela direcção da “nossa” polícia. Estará o Pedrinho, no anonimato, a lançar gasolina para queimar o AR?
Feito este intróito passemos à “técnica do quadrado”.
Esta figura geométrica caracteriza-se por ter em cada um dos seus lados as distintas figuras: Castanheira Neves (controla a ministra da Justiça); Euclides Dâmaso (quer ser PGR); Rui do Carmo (apeado do CEJ) e Eduardo Dâmaso (o megafone de serviço no CM). O cimento agregador de todos, a república do direito, de Coimbra. Esqueçam os aventais…
A “técnica do quadrado” permite desorganizar os ataques do inimigo. Pois bem é isso mesmo que se passa na PJ. O grupo de Coimbra quer desorganizar os ataques de todos aqueles que se opõem ao assalto que este grupo quer fazer aos sectores chave da investigação criminal, da PGR e restantes sectores da justiça.
Para tal há que “chutar” para cima o AR, colocar o “menino Pedrinho “do Carmo” na PJ, levar o Euclides a PGR, e o Castanheira Neves ao controlo do MJ, e quem sabe a Bastonário da Ordem. Assim, o Eduardo Dâmaso vai continuar a ter acesso à “galinha dos ovos de oiro”, as fugas de informação que tantas primeiras páginas tem dado ao Correio da Manhã e que lhe permite liderar as vendas da imprensa escrita.
Não são “aventais” é a “técnica do quadrado”.

Investigador criminal disse...

Caro anónimo
concordo inteiramente consigo, realmente há quem na direcção de AR tenha feito pior à PJ do que AR. Como sabe dentro da Policia fala-se de um director nacional de direito e outro de facto (fato segundo o acordo ortográfico) e de um pacto (ou pato??)entre os mesmos.

Anónimo disse...

Pois é, muitos comentários.
Há um que ressalta. O do "Pedrinho". Ele quer queimar o AR, isso não haverá grandes dúvidas. Lembram-se de um título da Visão - Investogadores Criminais perferem Pedro do Carmo - Foi ele que o escreveu, mas trata-se de uma grande mentira. Até hoje nada fez pela PJ. Apenas aproveita o cargo para se tornar importante, coisa que nunca foi.
Quanto ao futuro seria importante que viesse um director com carisma e vontade de resolver problemas, não só financeiros, que o momento é difícil, mas estruturais e organizacionais.
Quanto ao anónimo que fala na técnica do quadrado, pode ter razão, mas não tenho informação para comentar. Mas uma coisa é certo, "os aventais" não estão moribundos, pelo contrário e trabalham arduamente para colocar "os nossos", deles, nos lugares que lhes convém controlar.
Vejam que já falam no "nosso (deles) Luisinho" para DN da PJ. Quem será o "Luisinho"?
Não terá hipótese. Apesar da Srª. Ministra andar apagada, penso que é uma Senhora imune a pressões e não quer nomear uma comissão liquidatária para a DN da PJ.
Aguardemos que a Senhora tem determinação e não embarca em fantasias lobistas.
Que "os aventais" querem não tenho dúvidas, mas a Senhora Ministra não vai deixar.
Aguardemos serenamente na esperança que vir a ser nomeado um director que sirva os interesses da Polícia Judiciária e consequentemente da sociedade e que não se dobre a interesses grupais ou pessoais.

Anónimo disse...

Conheço a Pj há 30 anos por dentro, pese embora só tenha o privilégio e orgulho de nela trabalhar à pouco mais de meia dúzia de anos, infelizmente não é só com este DN que a PJ se deve lamentar, muito embora, o pior que por aqui passou ter sido o Tiburcio (não o das anedotas do Fernando Rocha, o outro). É um facto que um primeiro DN vindo das fileiras da PJ e ainda mais um que começou por agente, criou enormes espectativas,que ao "arrastar" da comissão se foram desvanecendo com algumas, muitas, não tomadas de posição quer relativamente ao escalar dos outro dois principais OPC's, quer da própria reorganização profunda que esta casa merece e tanto precisa. Quanto às questões ou desabafos dos outros anónimos, existe uma preocupação clara com as movimentações internas de alguns CIC e CSIC, que nunca lá deveriam ter chegado, pelas mais variadas razões, algumas até pessoais, penso eu. A mim o que mais me preocupa é o "Carminho" ainda por cá andar (de motorista e seguranças claro está, pois o estatuto que é ser DNA é um luxo nesta casa) quando tanta falta faz num qualquer tribunal de primeirissima instância nos Açores. Posto isto, peço à Sr.ª Ministra da (in)Justiça, que lê todos os dias este blog, por favor convença algum Juiz Desembargador (pois só um destes é que vai ter mão nisto) para ser o DN desta Polícia. Ah, não se preocupem com o "Luisinho", penso que ele dispensa este cargo, não entanto não posso deixar aqui uma palavra pelo bom trabalho que a DCCB (UNCT é para meninos) tem feito. Para alguma mente menos sã, não conheço o Sr. pessoalmente, nem nunca trabalhei na DCCB, pese embora tenha sido a minha 1ª escolha após a escolinha.
Assinado por alguem que tem saudades da PJ de há 15 anos....

Anónimo disse...

Sei que já passaram uns dias mas tenho de voltar ao tema cinéfilo para lembrar aquele grande clássico com o Vasco Santana e o António Silva - O Pátio das cantigas e lembrar uma das cenas que ficou para a história quando o Narciso (Vasco Santana) diz para Evaristo (António Silva) que vai para as termas do Cartaxo o que muitos teremos de dizer a AR - Vai e quando lá chegares manda saudades que é coisa que cá não deixas. E, diria eu ainda, leva contigo o Rapaz que em má hora trouxeste de Coimbra.

Anónimo disse...

No início do meu comentário, não posso deixar de dar os parabéns ao criador deste blogue: agora temos nitidamente um espaço de opinião alargado sobre assuntos específicos da nossa casa, e que já conta com muitas intervenções interessantes ao longo dos tempos.

Os parabéns também são destinados à suposta promoção estatutária, porque ser chamado de dirigente de segunda linha (durante toda uma vida)não deixa de ser um elogio ao inspector, que é quem de facto dirige as investigações e a quem se devem os resultados que a casa exibe orgulhosamente todos os anos, sempre em crescendo (como foi mencionado e que aqui se recorda com um sorriso).

Falar sobre os méritos do A.R. à frente da P.J. parecia tarefa quase impossível: contudo, para alguns pode-se dizer que a nova sede, os concursos e as reduzidas alterações legislativas foram totalmente de sua lavra, e que tal não envolveu nem os ministérios da Justiça nem o das Finanças, sendo evidente que sem o seu beneplácito nada disso teria ocorrido.

Mas, de qualquer forma, parece-me que a investigação não depositou esperanças em A.R. para que construísse instalações ou abrisse concursos. Aliás, se isso tem algum mérito, dele se podem gabar quase todos os anteriores directores, nenhum deles particularmente de boa memória.

Antes se esperava que A.R. reformasse a P.J. nos seus serviços e modos de actuação; e que reconhecesse a existência de problemas (injustiças até!) no regime laboral por forma a tratar-se desse cancro que mina todas as relações de trabalho e a motivação para fazer mais e melhor.

Apesar de ser conhecedor, A.R. nada fez. E se alguém informado e com poder para mudar o rumo das coisas mantém-se distante e estático, é porque é cúmplice silencioso do abuso e da inabilidade, e que apenas ocupa o cargo de director pelo prestígio e pelo poder, afinal, as únicas motivações dos muitos que agora se acotovelam para chegar às cadeiras vazias.

A A.R. poderiam ser erigidas estátuas à frente da nova sede - se tivesse feito o que devia. Perdeu essa oportunidade única. E agora vai-se reformar e cair no esquecimento colectivo, restando-lhe a honra de, ao ser lavrada a história da instituição, serem-lhe dedicadas uma ou duas linhas em jeito de epitáfio, em triste simetria com os seus predecessores.

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