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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Uma questão de silvicultura

Não se pode confundir a árvore com a floresta
29-Abr-2010
O diretor da Polícia Judiciária diz que não se pode confundir "a árvore com a floresta" quando se analisam os conflitos entre a PJ e o Ministério Público (MP) que hoje serão discutidos numa reunião com o procurador geral da República.


"Nunca poderemos confundir a árvore com a floresta. Ainda que haja um problema pontual, pensamos que será desta forma, frente a frente e olhos nos olhos, que se poderão aclarar dúvidas", disse Almeida Rodrigues à agência Lusa.

O procurador geral da República (PGR), Pinto Monteiro, admitiu que o mal-estar entre magistrados do MP e a Polícia Judiciária (PJ) tem "dezenas de anos" e marcou uma reunião com o diretor da PJ e seus adjuntos na presença dos procuradores gerais distritais e magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

O responsável da PJ garantiu à Lusa que "tudo será feito" para que Ministério Público e Judiciária "possam trabalhar, cada um no exercício das suas competências, para que Portugal tenha um melhor Justiça penal".

Questionado sobre algumas divergências de opiniões entre magistrados e investigadores, o diretor da Judiciária considerou-as normais e salutares.

"Em qualquer equipa que esteja a funcionar bem, de vez em quando há ideias que são divergentes, mas é desta diferença de opiniões, desta pluralidade de ideias que surgem os bons trabalhos", disse o responsável da PJ, mostrando-se convicto que com o MP as coisas também podem funcionar assim.

Porém, Almeida Rodrigues lembrou que entre o detentor da ação penal (MP) e a Judiciária "não há uma relação hierárquica, mas uma parceria estratégica extremamente importante" para o combate ao crime mais grave e complexo.

Entretanto, o deputado social-democrata Fernando Negrão, ex diretor da PJ, admitiu que o mal-estar entre a Judiciária e o MP possa ter prejudicado algumas investigações e pede bom senso e sabedoria para superar os conflitos.

"Com as proporções que atingiu nos últimos tempos, admito que possa ter prejudicado algumas investigações", disse Fernando Negrão à Lusa.

Fernando Negrão admitiu que também houve conflitos quando foi diretor da instituição e até os considerou "inevitáveis", já que a investigação "é uma realidade dinâmica onde há opiniões divergentes".

Contudo, acrescentou, "para que os conflitos possam ser superados é necessário haver sabedoria da parte de todos para entenderem essa realidade".

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