Foi com estupefacção e descrédito que a Policia Judiciária ,ou melhor alguns elementos da Policia Judiciária - aqueles que acreditam na PJ e no dia a dia dão o seu melhor pela instituição, abnegadamente, em prol da realização da justiça- receberam a noticia da recondução de Almeida Rodrigues com Director Nacional da PJ.
Estranha-se esta recondução. Se as qualidades do Sr. Director Nacional são inexcediveis porque razão esperou a Sra Ministra mais de 1(um) ano para o reconduzir?
Esta recondução, tirada a ferros, tem de ser explicada à opinião pública e, acima de tudo aos funcionários da PJ, Sra Ministra.
Todos aqueles que dão o seu melhor pela PJ - mais uma vez, não por razões egoísticas relacionadas quer com a sua carreira na Policia, quer "noutras" hierarquias secretas- têm a vã esperança, que esta (nova?) direcção os surpreenda com um ímpeto reformista de que tanto a "casa" precisa.
Contudo, o que se espera é "mais do mesmo": mais 3 anos de gestão corrente ao sabor de parangonas, sem qualquer estratégia,e uma crescente decadência quer ao nível dos meios quer da motivação dos funcionários, isto sempre sob a ameaça latente de uma certa concepção " securitária" que ameaçam com OPAs hostis.....
Temos noção que há certas alterações que a PJ necessita que iam ser difíceis de implementar e que o actual espírito de "negação" da Direcção é o o caminho mais fácil........assobiar para o lado é sempre mais agradável que "enfrentar" o boi pelos cornos.....
Desistir ou resistir? È nos momentos difíceis que se vê a matéria de que os homens( e as mulheres) são feitos e desistir nunca foi opção, contudo compreende-se e aceita-se que muitos, desmotivados pelo " status quo", optem por procurar fora da PJ as retribuições/reconhecimento/motivação que a "casa" não lhes dá, seja através de "hobbies" seja mesmo através de licença sem vencimento.
No que se refere á ASFIC - cujo papel tem sido meritório e dificil no actual contexto de "fusões e aquisições"- dizer que sou da Opinião que os actuais corpos gerentes deveriam ter-de demitido e convocado novas eleições para nesse momento eleitoral obterem nova - e reforçada digo eu - legitimidade. Ou será que a Sra Ministra julga que existirá alguma lista/movimento que se candidataria à ASFIC com o beneplácito da Direcção Nacional?
No que se refere ao blog - que sempre foi muito critico em relação á actual e futura direcção da PJ - dizer apenas que, para desespero de muitos auto-proclamados iluminados donos da verdade, vamos continuar por aqui, atentos e críticos, e certamente mais cuidadosos no texto e teor das posições expressas, nunca resvalando para qualquer conteúdo susceptível de subsunção aos tipos legais.
E também -helas! - com um pouco de poesia, como escreveu Eça de Queiroz: "Sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia".
Bem hajam!
Debate de temas sobre a Policia Judiciária, investigação criminal, prática judiciária e temas de direito. Se quiser enviar artigos: invescriminal@gmail.com
quarta-feira, 20 de junho de 2012
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6 comentários:
Ao chegar a casa percebi que no jornal da noite da sic a Ministra da Justiça seria entrevistada. Apesar de desconfiado, decidi ver até ao fim, na expectativa de que algo fosse dito acerca da caricata recondução do Sr. Diretor Nacional. Não sei o que me desiludiu mais, se o facto de a Sra. não falar sobre o assunto, se o facto de a jornalista nada ter perguntado, preferindo ocupar o tempo da entrevista com os disparates do Bastonário da O.A.. Somos de facto muito pequeninos! Não posso deixar de pensar que, se em vez de ocuparmos o nosso curto “tempo de antena” a falar dos atropelos por parte dos outros OPC`s (como se isso não se passasse diariamente entre os nossos departamentos de forma impune e vergonhosa), ou a lamuriar sobre o nosso receio da infame farda azul, talvez a jornalista já tivesse ouvido falar da nossa situação e achasse grave que a o fim de um ano em que alegadamente se preparava um projeto para a PJ se preparava, afinal, outra coisa.
O vosso grande mal é que não se dão ao respeito.
Voçês deviam era meter na cabeça que o vosso dever é zelar pelos interesses do povo e da nação,que já agora é quem vos paga.
Os partidos não têm qualquer legitimidade para vos tratar com a coleira como vos tratam.
Qual o argumento?
Têm que ser subordinados ao psd porque este existe há mais tempo que a pj?
Ah,já sei,é porque como tamos num regime democrata as regras mandam que seja respeitada a vontade da maioria representativa...
Mas...
A maioria representativa até foi a abstenção,os que mandaram foder TODOS os partidos,os que rejeitaram por completo todo o sistema partidário...
E depois ainda ficam esperançados de esclarecimentos nos "media",ainda para mais os que são do bilderberg balsemão.
A continuarem nesta atitude a unificação de todas as policias vai ser uma realidade,com as chefias a fazerem juramento de avental numa loja maçonica qualquer num ritual apaneleirado jurando a total impunidade dos que roubam os cofres do estado,dos que violam menores,dos que traficam heroína e branca,dos que fazem escutas e videovigilâncias ilegais,dos que fazem terrorismo biologico e injectam doenças em dissidente politicos,dos que fazem atentados false flag para justificar um estado policial com recurso á tecnologia,etc etc...
Os vossos filhos não é por o papá ter um crachá que ficarão imunes a essa sociedade que a corja está a construir.
Mais uns anos de 3ªRepublica e irão receber menos(os vossos salários dependem da capacidade de receita e como o consumo interno é baixo,as exportações vão baixar devido á crise que vai ter efeito dominó por toda a europa e não só, e a carga fiscal está muito além do limite toleravel o que afasta investidores e fomenta a economia paralela),irão trabalhar muito mais(crime vai aumentar,redes do terceiro mundo,muitos mais gajos sem nada a perder que primem mais facilmente o gatilho,e ainda vão levar com o fenómeno do islão que ainda está a germinar),e a vossa vida em geral tambem vai ser pior pois como cidadãos pagam mais por gás,gasolina,electricidade,educação para os vossos filhos,já para não falar que os vossos filhos irão apanhar uma sociedade mais violenta e mais degenerada.
Agora pergunto face ao mais que OBVIO cenário...
Porque é que continuam a defender a corja politica?
Ou ainda não perceberem que este regime está só á espera duma estocada para ir abaixo e que voçês a par dos militares podem e devem ocupar o topo da pirâmide numa 4ª republica NS.
Sem paneleiros,sem maçons,melhor qualidade de vida,uma melhor sociedade,no fundo algo que se possam orgulhar e fazer orgulhar os vossos filhos e netos.
Pois que sentido faz a vida senão viver a mesma por algo nobre, e não por algo sem sentido e designio algum.
O.M.
Na esteira do comentário anterior gostava de acrescentar uma opinião, certamente pouco informada. Não me parece que as preocupações se devam centrar na recondução do DN. Tudo aponta, e baseio-me apenas na imprensa, não tenho acesso a quaisquer confrarias, tudo aponta que se trata de uma solução para a manutenção do actual sistema até à famosa reestruturação (como será pago mais este frete do DN é questão de somenos para a PJ). As atenções devem estar viradas para essa reestruturação e qual o papel, se algum, que nela haverá para a PJ. Julgo que as duas principais alternativas que se apresentam serão: 1ª - Polícia Nacional com uma "unidade" de investigação criminal - o modelo apresentado há um ano; 2ª - Manutenção da PJ mas dedicada apenas à criminalidade considerada estratégica em termos da UE.
Por mais que não agradem, não vejo muito mais alternativas viáveis uma vez que a manutenção do chamado sistema duas parece inquestionável (não me deixo de surpreender, diga-se, quando se usa o argumento da cultura própria do sistema português para justificar a PJ e no MJ - o que me parece o mais correcto - e simultaneamente para justificar a fusão da PSP e da GNR como se a sua existência também não fizesse parte dessa cultura).
De toda a forma, boa sorte para todos.
Perante tudo o que se passou esta semana na nossa "casa", leiam o que escreveu o presidente da ASFIC na sua crónica semanal do CM! Em vez de se explicar a situação da PJ aos Portugueses. optou por uma análise demagógica e populista sobre um assunto que, sendo gravíssimo, é objecto de largo debate na comunicação social. Não me parece que o comentário deste Sr. acrescente alguma coisa ou que alguém precisasse desta informação. Será que sou só eu que acho uma vergonha que ele utilize um espaço que lhe é proporcionado porque é presidente da ASFIC para opinar sobre assuntos genéricos da nossa sociedade, ainda para mais numa altura destas?
24 Junho 2012 - 00h52
Correio da Justiça
Subsídio de férias
Em nome do interesse nacional (na verdade, dos interesses do capital, dos sugadouros das parcerias público privadas, da cambada política & associada, que continua a gozar as delícias das suas malfeitorias contra a economia), este Governo (e o anterior) veio espoliar, outra vez, os indefesos funcionários públicos e pensionistas, subtraindo-lhes o subsídio de férias.
Que é feito das promessas em não subir impostos ou da excepcionalidade do corte no subsídio de Natal de 2011? Não se destrinça ética e moralmente a prática dos governantes deste e do anterior governo. Mentira e coacção psicológica são as suas armas predilectas para anestesiar os lorpas que somos (corajosos, só por hipocrisia). Em suma, continuamos a ser, desgraçadamente, os políticos e o povo que Eça tão bem caracterizou. Pouco importa que os subsídios sirvam há muito para pagar contas atrasadas de impostos e seguros, como reserva para a compra dos livros escolares em Setembro, para muita coisa essencial, menos para as ditas férias… Completando o descalabro, um Tribunal Constitucional partidarizado e por isso inútil…
Vocês da Judite, que têm por obrigação investigar "criminosos", porque razão não investigam o crime de falsa qualidade do Ministro Miguel Relvas.
Intitula-se "Doutor", e nem licenciado é.
Porque razão é o único Ministro que no Portal do Governo não apresenta a licenciatura? http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministro-adjunto-e-dos-assuntos-parlamentares/conheca-a-equipa/ministro/miguel-relvas.aspx
Caríssimo N, V. Exa. tocou em algumas questões fulcrais. Todavia, deixe-me apenas referir que o Crachá que, orgulhosamente, ostentamos, de nada vale, a não ser pela sua beleza! Por isso, os nossos filhos não estão imunes a nada, muito pelo contrário, eles estão expostos a muito: aos nossos anseios, quando não sabemos o que o futuro nos espera; às nossas frustrações, pelo puxar de tapete com que todos os dias somos presenteados pelos Exmos. Srs. Superiores hierárquicos; pelas nossas amarguras, quando constatamos que justiça não há só uma! E o rol poderia continuar, mas penso que o dito servirá para elucidar o estado de espírito, que penso não ser só meu.
Por isso, caríssimo N, todos os dias, apesar de tudo a que estamos sujeitos, externa e, pior, internamente, lá vamos tentando lutar por uma sociedade mais equitativa e justa, fazendo o trabalho sujo que outros não querem fazer. E é para si que trabalhamos (falando nos indivíduos e não na instituição). Não é para partidos que trabalhamos, nem para cozinheiros de primeira, segunda ou terceira (consoante o grau da estalagem). E é talvez por isso que agora as amarguramos.
Assim, deixo-lhe uma mensagem: cá estaremos, tenha a farda a cor que tiver, para o ajudar e servir.
Quanto aos comentários sobre a ASFIC e o seu presidente, continuamos, como sempre continuaremos, em reuniões semanais, quinzenais ou semestrais. E o que daí sai, nem às paredes se confessam! Mas não tem mal, porque o que sai de nada serve. Estaremos cá para ver. Aguardemos pela inauguração da nova sede, que aí as surpresas surgirão!
Por último, caro último anónimo, de pseudo-doutores e engenheiros, está o país cheio. Ostentar o título, que se tem, ou não, poderá não significar, em qualquer dos casos, um acréscimo de competência. Os da Judite não têm de investigar se aquele é, ou não, doutor, mas sim se aquele exerce, ou não, influências, para beneficiar terceiros. Isso sim é crime!
Cumprimentos cordiais,
A Nuvem
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