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domingo, 17 de janeiro de 2010

Observatório do crime arranca este ano, com o Estripador de Lisboa

Está previsto um relatório anual sobre investigação criminal e ciências forenses

O caso conhecido como o Estripador de Lisboa - nunca resolvido -, que envolveu a morte de três prostitutas entre 1992 e 1993 em Lisboa, é o tema do primeiro estudo do Observatório da Investigação Criminal e Ciências Forenses (OICCF) e promete algumas revelações.

O observatório foi construído através do sindicato da PJ, a ASFIC - Associação Sindical dos Funcionários da Investigação Criminal, mas o presidente, Carlos Anjos, pretende que a estrutura se autonomize, "até porque há necessidades de resposta a novos desafios que devem sair do âmbito sindical".

César Afonso, um dos fundadores e responsável pelo estudo que vai ser publicado nos próximos meses, adianta que o documento sobre o caso do Estripador de Lisboa aborda, entre outros assuntos, a metodologia do perfil criminal a partir dos locais dos crimes, isto é, a recolha de elementos no local que permitam traçar um perfil do sus- peito - sexo, idade, estatura, peso - e outros dados que ajudem na resolução dos casos.

César Afonso considera que os estudos deste tipo podem ser uma das ferramentas da investigação, apesar de "em Portugal não ser comum os investigadores recorrerem a ajudas externas, designadamente para a elaboração de perfis".

Outra função do OICCF é, refere Carlos Anjos, receber contributos externos de investigadores criminais e académicos que possam gerar documentos, e por sua vez alertar para novos métodos e contributos para a investigação.

Um dos trabalhos que no entender de Carlos Anjos podem estar na calha são os novos paradigmas da criminalidade, por exemplo, explica, "a democratização da criminalidade", ou seja, os potenciais criminosos dos grandes centros "que se deslocam com facilidade a cidades do interior do país para cometer crimes". É, conclui o responsável, "este tipo de casos que queremos estudar".

Outro exemplo do que poderia ser o âmbito de actuação do observatório seria a morosidade da justiça, refere César Afonso. Para o investigador, a identificação dos atrasos e obstáculos na fase de inquérito dos processos e a proposta de soluções podem ser uma das contribuições.

Os estatutos deste organismo já existem desde 2006, mas só este ano vai ser possível implementar o Observatório da Investigação Criminal.

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