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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As percentagens tolas

Greve PJ: 80% dos suspeitos por apanhar
Suspeitos de assaltos a ourivesarias estão a beneficiar com a paragem nas detenções. Número de roubos aumenta
Não são ainda números oficiais, mas os primeiros dados do impacto da greve da Polícia Judiciária na investigação da criminalidade em Portugal apontam para uma redução de 80 por cento no número de detenções. Ou seja, a prisão de suspeitos s que estão a ser investigados está a ficar para trás e os meliantes andam a monte. O secretário de Estado da Justiça já reagiu e assegura que «o país não está indefeso».

A luta já dura há dois meses e parece não ter fim à vista. Carlos Garcia, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), confirmou ao tvi24.pt que a greve dos funcionários da Polícia Judiciária está a deixar alguns departamentos quase parados.

«Confirmo. Não são ainda números oficiais, que estamos ainda a recolher, no entanto, é possível perceber que o número de detenções já caiu 80 por cento», disse, explicando, que o facto de a greve ser às horas extraordinárias implica que não seja possível realizar as operações de levam à detenção dos suspeitos.

«As operações são normalmente realizadas muito cedo, de forma a apanhar os suspeitos desprevenidos. Se formos durante o dia, corremos o risco de ser detectados e o criminoso fica a saber que está a ser investigado», adiantou.

Carlos Garcia, questionado sobre as áreas em que esta diminuição de detenções está a ser mais evidente, afirma mais uma vez que não existem dados oficiais, mas admite que a criminalidade violenta, nomeadamente os assaltos a ourivesarias, estão no topo dos crimes com mais aumento, já em 2011. Esta quinta-feira de madrugada, um assalto a um armazém de ouro rendeu aos assaltantes mais de meio milhão em ouro.

«Detectámos em algumas zonas do país um aumento da criminalidade violenta, nomeadamente, dos assaltos a ourivesarias. É possível que os suspeitos estejam a aproveitar a greve para intensificar a actividade criminosa», disse ao tvi24.pt.. Segundo o Correio da Manhã, desta sexta-feira, há dois assaltos a ourives a cada três dias que passam.

A ASFIC realça que a promessa do ministro foi feita há mais de um mês e como tal, os associados vão reunir em breve para decidir novas formas de luta, assegurando que por agora não há data para terminar a greve às horas extraordinárias.

Os responsáveis pela investigação criminal da Polícia Judiciária iniciaram a 15 de Dezembro uma greve de protesto contra a «ausência de propostas para solucionar os problemas que assolam a carreira de investigação criminal».

1 comentário:

Anónimo disse...

Agora que a Asfic extremou a sua posição e o D.N. respondeu como respondeu, vamos aguardar por novos capítulos.É que zangaram-se as comadres...

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Lisboa, Portugal
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