Ao Fim e ao Cabo
A marca do Leste
A Polícia Judiciária, ao fim de 26 assaltos, continua atrás do gang especializado em atacar à bomba caixas do Multibanco: vai muito atrás – para ser mais exacto – nesta corrida contra o crime. É um sinal perigoso. Revela uma certa incapacidade da elite da investigação criminal contra casos mais sofisticados ou gangs com maior capacidade operacional.
Diz-se, com uma espécie de assombro, que vêm do Leste – como se a origem dos criminosos justificasse a ausência de resultados. A guerra contra o ‘gang do ATM’ está a revelar-se um verdadeiro pesadelo para a Unidade Nacional Contra-Terrorismo, o departamento da Polícia Judiciária especializado no combate ao crime violento e organizado. O gang – ou gangs – actua impunemente desde Maio. É muito tempo. Um autêntico fracasso – explicado, em boa parte, pela modorra em que caiu a Polícia Judiciária: gritante falta de inspectores, meios reduzidos, restrições orçamentais, desânimo, leis penais de elevada bondade que não admitem mais músculo em casos excepcionais. É pena.
9 comentários:
No Norte já foi desmantelado um grupo que se dedicava a esta actividade, investigação 100% PJ, com 100% de bandidos em prisão preventiva e que se espera que venha a ter 100% de condenações.
No resto do país, não sei como as coisas estão, mas confio na capacidade dos colegas em resolver esta questão. Também sei que estas coisas demoram o tempo que têm de demorar e que os resultados não surgem por decreto, como este Sr. parece acreditar.
E se outros (OPCs) estão mais à frente, porque ainda não prenderam ninguém? Deve ser pela ausência daquela coisa chata que é a prova. Parece que precisam disso em tribunal - mas para um tablóide não é mais que um pormenor sem qualquer relevância jornalística.
P.s.: Isto tem um lado positivo - apesar de se tratar de uma opinião boçal e deslavada, directores da casa já se devem estar a preparar para retirar pessoal de outros serviços para formar "equipas especiais", não porque o problema lhes tivesse merecido a atenção em devido tempo, mas unicamente porque estão a expô-lo nos jornais...
Caro anónimo,
olhe que aqui estou com o Catarino..... oportunamente explanarei a minha posição.
Estamos à espera que explane a sua posição.
Após alguns comentário "foleiros" que obviamente não foram publicados, vou explanar porque razão -embora me custe- estou com o Catarino (e acima de tudo acho que o Presidente da ASFIC não deveria perder tempo com guerras espúrias com o Catarino quando o mesmo tem armas muito mais poderosas...a coluna dele é 3 vezes por semana o Garcia apenas escreve uma).
Dizer em primeiro lugar que acompanho o comentário do Anónimo quando diz que já houve grupos do norte e outro de Setúbal que já foi detido, sem segundo dizer que a não detenção do grupo que actua no Centro do País obviamente é "uma pedra no sapato" da PJ (como muitos outros, como a repisada Madie, antes a Joana, os homicidios de Oeiras e Sacavém, inter alia)que deveria ser analisada, perscrutada "ad nauseum" porque é com os erros ( e com as derrotas) que se aprende, e esta deveria ser uma das forças da PJ, o conhecimento institucional, que se solidificava em procedimentos comuns para situações tipo.....e vê-los?
Mas certamente não é por isso que ainda os meliantes não tão presos, é porque os mesmos "saem" do esteriotipo do gang que assalta até " cair" nas mão da GNR, pelo que exigia "outro" tipo de investigação.....mas isso daria muito trabalho.
O Verdade vem sempre a decima. Esta Direcção vai ser reconduzida..
qual é a sua fonte?
Aqui a uns anos ia-se as instalações da PJ, em Lisboa e no horário de expediente poucas viaturas se viam no parque de estacionamento, provavelmente porque andavam ao serviço dos funcionários, em serviço externo. Actualmente, durante as 09h-17h30 o parque está cheio e a partir das 17h30 fica praticamente vazio, provavelmente porque são utilizadas noutras funções.
Sou um Inspector com 20 anos de experiência. E digo experiência e não permanência porque vivi verdadeiramete cada um desses anos em profundo, apurado e eficaz trabalho, comportamento esse que adoptei para não ter o desgosto de assistir quotidianamente ao paupérrimo e cada vez mais degradante funcionamento da Investigaçao Criminal na PJ, que desde muito cedo, praticamente logo depois do curso de formação de agentes, tomei consciência.
De facto, como alguém escreveu neste Blog,em comentários a outras ideias, o problema da PJ é o modelo da sua organização, que premeia o demérito em detrimento do mérito dos poucos inspectores que ainda o vão tendo.
Não há razão para existirem CIC e as categorias superiores.
Há razão para ainda existirem inspectores-chefes, porém, a esmagadora maioria dos que existem teriam de mostrar verdadeiramente que são dignos de ter essa categoria, pois, caso contrário, teriam de ser reclassificados, proncipalemnte os muitos que se escondem na sua cobardia, invocando que quando eram inspectores também não gostavam de chefes interventivos e trabalhadores, tentando justificar a sua inércia e conquistar a simpatia daqueles que chefiam. Porém, de gajos porreiros está o mundo cheio. Queremos é profissionais produtivos e trabalhadores, e, no caso, com verdadeira aptidões de chefia.
Como profissional verdadeiramente esclarecido, tenho de reconhecer absoluta razão nas palavras do Sr. Catarino e congratular-me por ele saber ainda muito pouco sobre a forma como funciona verdadeiramente a PJ.
E, nesse ponto, concordo plenamente e entendo bem a posição do criador e administrador deste Blog. Principalmente as palavras que moderadamente não disse, mas que lhe aptecia certamente dizer. Nesse ponto, estou com ele e, apesar de com muito esforço, contenho-me nos comentários e não revelo tudo o que devia e que todos, aqueles que somos esclarecidos, conhecemos e não concordamos.
Assim, caros colegas, há que despertar e deixar-nos de corporativismos saloios, pois só beneficiam que não deve ser beneficiado e há muito não merece sequer estar na PJ.
Um verdeiro e competente investigador da PJ é alguém que é oponivel e está acima de qualquer show-off. A verdade é que a PJ para continuar a existir, tem de se reformar verdadeiramente, numa estrutura onde só cabem verdadeiramente Policias e não uma espécie de Policias dotados de grandes doses de preguiça, deformação e ignorância profissional, e duma vontade incessante para o abuso de regalias que sabem não ter direito.
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