Caro Administrador do Blogue:
instado pelo artigo "pedido de paradeiro" decidi vir a terreiro defender algumas ideias, algumas das quais ainda em "draft" que poderiam ser implementadas na " nossa" PJ para a melhorar e a transformar numa "Policia de Investigação Criminal do Sec.XXI".
1- O Status quo
A PJ encontra-se numa situação complicada em parte devido ao facto de a sua estrutura quer de recursos humanos que "organizacional", que remonta a 1990, se encontrar " dissociada" do fenómeno criminal, por outro lado devido à desmotivação dos recursos humanos resultado de regulamentação laboral desadequada.
Outrossim, a PJ não se adaptou a um novo quadro da investigação criminal- nos termos da LOIC, em que a PJ perdeu a "monopólio", existindo uma " reserva" ( de acordo com tipos legais determinados) - uma espécie de "coutada" - de investigação criminal. Acontece que PSP e GNR, fartos de caçar " coelhos" cobiçam a " caça grossa"da " coutada da PJ" , tudo isto sem que a "venatória ", neste caso o Ministério Público, actue (aliás em algum caso abre mesmo a porta da "Coutada").
Outrossim, a PJ não se adaptou a um novo quadro da investigação criminal- nos termos da LOIC, em que a PJ perdeu a "monopólio", existindo uma " reserva" ( de acordo com tipos legais determinados) - uma espécie de "coutada" - de investigação criminal. Acontece que PSP e GNR, fartos de caçar " coelhos" cobiçam a " caça grossa"da " coutada da PJ" , tudo isto sem que a "venatória ", neste caso o Ministério Público, actue (aliás em algum caso abre mesmo a porta da "Coutada").
2- Soluções para estes nós górdios
Desde logo repensar toda a estrutura da Policia, quer a nível geográfico, quer - e sobretudo isso - quer a nível organizacional. Isto passaria por: repensar a actual estrutura de " resposta rápida", ou seja o Piquete e a Prevenção, e criar - em moldes a determinar e de acordo com as necessidades geográficas das diversas Unidades - secções dedicadas exclusivamente ao atendimento/Piquete e Prevenção, isto é existirem Inspectores, Inspectores Chefes e Coordenador (es?) que APENAS realizam atendimento/triagem/eventual levantamento de denúncias e o serviço de prevenção em moldes que existe actualmente com a diferença de as pessoas ali estão colocadas apenas realizarem tal serviço (sendo que, em caso de necessidade poderiam existir brigadas de "instrução" que iriam " complementar" o serviço realizado nas prevenções. Concomitantemente existiriam as secções/brigadas de investigação e ou grupos criados ad hoc para investigar, recolher prova e deter os autores de determinados fenómenos criminais, sendo que o "core business" deveria ser a investigação das associações criminosas ( e nestes casos não de apenas de um tipo de crime tais associações cometam, mas TODOS os crimes). Ora a estrutura da PJ, estando vocacionada essencialmente para uma actividade reactiva, para uma investigação de reconstituição histórica e de "mono"tipo criminal ( ou seja secção de Burlas/Droga/falsificação de moeda) foca-se na árvore e esquece a floresta, ou seja ataca-se um ou dois crimes da associação , mas não se desmantela a estrutura (salvo raras e honrosas excepções e estou a falar em determinado tipo de crime com elevadas cifras negras).
No que se refere à estrutura de recursos humanos, a grande " revolução" passaria por - e com ressalva de não poder existir diminuições salariais - assumir que a Investigação Criminal deveria ter uma categoria única: Inspector. Isto não significava que não existissem grupos/brigadas e ou secções com a respectiva chefia, significava isso sim que as chefias de brigadas e das Secções eram comissões de serviço (anual, bi-anual ou outra)dos Inspectores, com determinadas condições (por ex: para Chefiar uma Brigada 10 anos, para Coordenar 15 anos), sendo que o estabelecimento de objectivos e a avaliação de desempenho deveriam ser implementados. De referir que os inspector em chefia/Coordenação receberia um subsidio enquanto durar a comissão de serviço. Vantagens desta solução em relação aos concursos: adequação imediata em relação às necessidades de recursos humanos (não se perdendo tempo com concursos e o desgaste/desmotivação que dos mesmos resultam) e possibilidade de existir "rotatividade" com a competitividade que daí adviria. Desvantagem: nomeação não por critérios de mérito mas outros menos claros, mas também tal se verifica nos actuais concursos.
No que se refere á alteração da regulamentação laboral tal passa essencialmente por uma remuneração condigna e justa do trabalho suplementar na PJ, isso poderia ser realizado com o recurso à figura da isenção de horário e implementação de um valor hora digno o que não custaria muito, diga-se de passagem.
São estas algumas " pistas" para a imbricada situação em que se encontra a PJ, situação aliás, que é do cabal conhecimento da actual direcção, cuja postura sempre foi a da Avestruz........é que umas paredes novas não chegam, ainda que as paredes actuais não sejam condignas.
3 comentários:
Uma simples nota em relação à solução aqui exposta (que desde já louvo).
Sou extremamente crítico a chefias de nomeação, tal aversão adveio de ter sido chefiado durante alguns anos por um Inspector nomeado e me ter deparado com diversas situações em que o colega, por não ter um poder de facto, teve de adoptar a solução de outros (normalmente de coordenadores).
Mais, com o tempo o colega sentiu que aquele lugar passou a ser dele (por direito de nascimento?) e deixou de ter uma postura proactiva em relação à brigada e às diversas investigações e sim de (quase?) medo (do futuro / dos colegas/ da sombra?).
Assim, é minha opinião que quem chefia não pode ficar condicionado pelo futuro e pela (potencial) perda de rendimentos. Não pode ter sobre si um ónus de regressão, sob pena de ser apenas um executante de vontades (e todos nós sabemos em que fogueira de vaidades temos ardido).
Abraço.
PS: também eu acompanho todos os dias o que aqui é escrito.
Realmente apontam-se alguns caminhos que poderiam salvar a nossa PJ.
Não nos iludamos : a escolha é entre ser uma Policia de instrucção criminal - e para isso o que ganhamos é um exagero,pois até os funcionários do MP fazem - e uma Policia de investigação criminal, que investiga e desmantela associações criminosas.
È claro que isto não é compatível com trabalho das 9 às 17h30....
Com as pessoas a serem trocidadas pela vanguarda da "gestão de recursos humanos" aplicada na casa....o que haverá muita, na certa, é vontadinha de fazer muita coisa para lá das 17H30...mas não a ver com o trabalho...e nem o "sangue-fresco" se safa, pois esses, ainda não haviam entrado para estágio e já estavam a serem enganados com o novo regulamento de colocações...e depois esperam-se milagres.
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