Debate de temas sobre a Policia Judiciária, investigação criminal, prática judiciária e temas de direito. Se quiser enviar artigos: invescriminal@gmail.com

sábado, 10 de dezembro de 2011

O pedido de paradeiro

Por manifesto lapso meu - e a leitura apressada de alguns comentários, em que apenas se realiza uma triagem - este comentário não foi publicado como artigo. Obrigado ao autor do mesmo por me chamar à razão. De futuro agradeço que enviem os artigo para o email referenciado.

PROCURAM-SE IDEIAS

Tenho sido um leitor atento aos escritos e parece-me, numa primeira análise, que o mentor deste espaço não estará a conseguir os seus objectivos porquanto a permuta das ideias não se têm feito notar, bastando para isso olharmos para a data da última notícia, independentemente de um ou outro comentário que tenha surgido em artigos anteriores.
Julgo, pois, que este espaço, depois de esgrimidos alguns dos argumentos entre elementos da ASFIC, da luta entre o Norte e o Sul (parece o futebol), da maledicência gratuita da Direcção Nacional, do ataque velado aos “administrativos”, nada mais mostrou de relevante.
Então, a ser assim, perguntarei:
• Onde está a grande discussão das ideias sobre a PJ?
• Onde estão os crânios a proporem alternativas estruturais na nossa Instituição?
• Onde se encontram as propostas de alteração à actual realidade judiciária?
• Onde residem as ideias proactivas, isentas, a pensar, exclusivamente, no futuro da PJ e de todos que nela desempenham funções?
Será que o grande e único problema da PJ se resumirá, unicamente, ao aumento do vencimento e/ou das remunerações acessórias dos seus investigadores? Ou,
Será que o grande problema da PJ será a ASFIC e os seus actuais dirigentes? Ou,
Será que o grande problema da PJ é a actual Direcção, ou como é referido muitas vezes neste blog, do Dr. Almeida Rodrigues? Ou,
Será que o grande problema, mas mesmo o grande problema da PJ serão os vencimentos e/ou suplementos dos “administrativos?
Muito sinceramente, julgo que os problemas da nossa Instituição vão muito para além destas míseras questões e deveriam merecer uma reflexão séria, objectiva, sem chauvinismos nem demagogia e pensar a PJ como um todo.
Já pensaram que a actual conjuntura de Portugal e dos restantes países europeus nos está a levar para uma convulsão social alarmante, o grupo Lulz-SecPortugal poderá ser o primeiro passo, a história tem-nos dito que é cíclico, e que, normalmente, são criados corpos ou secções especializados nas forças policiais, consoante o seu tipo. Se atendermos que investigadores criminais também já os há em outras forças policiais, então qual será o papel da PJ no futuro? O que nos poderá diferenciar dos restantes. É que as regalias são para os que se salientam pela diferença positiva e não pelas choraminguisses gratuitas, só porque se acha que se merece.
Pensem, defendam e definam estratégias para o futuro e dignificação da PJ que se deseja que seja uma Instituição credível, única, a começar pelos seus funcionários.
Os congressos, virados em exclusivo para o interior da PJ, também deveriam ter um papel fundamental na definição destas novas estratégias e não só sobre a actualidade dos diversos saberes. Já agora, só por curiosidade, como não consegui encontrar na agenda, alguém me poderá informar qual ou quais os Departamentos ou Unidades em que se encontram a exercer funções o Sr. Assessor e o Sr. Subdirector, ambos pertencentes à Comissão Científica do congresso.
A omissão não é correcta, pois não?
Anónimo

16 comentários:

Investigador criminal disse...

Realmente, há muito que ando para escrever um artigo " O que fazer com este blog?" -ainda não vai ser desta!- e o artigo que ora publiquei levanta algumas questões pertinentes.
Efectivamente o "mal" da PJ não só AR, AR é um produto da conjuntura, é um resultado do "status quo", enfim não me vou alargar, porque sempre foi timbre deste blog não acicatar muito a coberto do anonimato.
Espero que existam contribuições que demostrem que" a PJ vale a pena".

Anónimo disse...

Mas não é óbvio que o País precisa de um polícia de investigação criminal para lidar com os fenómenos criminosos que o afectam no seu todo, bem como à Europa e até globalmente? E não é óbvio que é essa a função da PJ? E não resulta claro se lermos o DL 35042 à luz da realidade actual?

Anónimo disse...

Mas os comentários onde pergunto quem é o pessoal não qualificado e demonstro que esse pessoal é bastante qualificado porque até faz o que o pessoal da investigação devia fazer continuam por publicar.
Acreditem ou não este blogue começou a ter mais visitas e comentários desde que o divulgo e por aqui comento.

Anónimo disse...

Pericias a telemoveis e discos rigidos - são realizadas por pessoal não qualificado.
Transcrições - são feitas pelo pessoal não qualificado.
Algumas buscas - têm a comparticipação do pessoal não qualificado.
Comunicações via rádio - são asseguradas pelo peessoal não qualificado.

Investigador criminal disse...

Efectivamente há comentários que aqui não são publicados, mas nada me move contra a " administração judiciária", e digo-lhe mais: há administrativos na PJ do nível dos melhores inspectores, ou seja duas vezes melhores que a maioria dos Inspectores Chefes e dos CICs. E também há Inspectores que nem para telefonistas servem.
Infelizmente os administrativos - ou melhor grande parte deles - não estão onde deviam estar : nas brigadas, a auxiliar a IC, nas estão nuns " núcleos" e outras hierarquias. Mas olhe que maus administrativos também há na PJ.....
Agora, não leve a mal, este blog é da investigação criminal , não da administração criminal....
Cumprimentos

Jorge Neves disse...

Tenho andado a ler os comentários com atenção.
Caro Investigador Criminal, sou gestor de um blogue onde sou bastante crítico do atual Governo e nem por isso digo que o meu blogue é só para pessoal anti governo e se quiser limitar os comentários e a sua leitura tenho a opção como também a tem de poder selecionar quem quer que comente e o possa ler.
Os Investigadores criminais precisam dos administrativos do mesmo modo que os administrativos precisam dos investigadores, quem não pensar assim pode ter a certeza que não está a defender a Policia Judiciária.
No meu caso em concreto até lhe posso informar que a maioria dos meus amigos são de investigação criminal, mas do mesmo modo lhe posso garantir que a maioria dos abusos parte dos investigadores criminais (pensam que mandam em tudo e todos mas fim ao cabo se não forem os administrativos a safarem-nos …)
Está mais que na hora de todos unirem esforços, apresentarem ideias e aproveitarem este blogue para darem um contributo construtivo e não tornar este blogue na “ noite da má-língua”.

Anónimo disse...

Procuram-se ideias?

Quando li este texto - primeiramente como comentário - não deixei de lamentar quando o autor questionou "Onde estão os crânios a proporem alternativas (…)?", jocosamente definindo o seu posicionamento nas querelas internas, associando-se àqueles que acham que não é viável mudar o actual estado de coisas,e que assim está tudo bem.

Ainda assim parece admitir que as discussões no blogue giram à volta do mesmo, ou seja, inércia das sucessivas direcções, trabalho extraordinário e regime remuneratório. Tem dúvidas de que são as três maiores fontes de conflitualidade e instabilidade dentro da PJ e que mais entraves colocam à evolução?

Tenha paciência, em breve poderão surgir por aqui as respostas às suas perguntas! Algumas estão já a ser preparadas...

Mas entretanto...repare que fez o comentário em resposta à situação partilhada por um inspector que dizia respeito ao livre-trânsito, que passou a ser um problema inegável a partir do momento em que foi publicado o "despacho da bilhética" há uns anos atrás e a nova 1ª parte da LOPJ(!). Também fiquei sem saber o que achava disso...também acha que está tudo bem?

Para não cair nos vícios apontados e sem receios do que se dirá a seguir, aqui vai uma hipótese de resolução desse problema, que passaria por um breve despacho do DN e que poderia ter o seguinte aspecto:

"Tendo legislação conflituante provocado representações díspares sobre como harmonizar dois direitos - o uso do livre-trânsito nos transportes públicos pelo pessoal de investigação criminal e o ressarcimento dos custos das companhias transportadoras - e havendo risco de a actual multiplicidade de procedimentos vir a interferir com missões de investigação desta Polícia Judiciária, determina-se o seguinte:

1º Sempre que possível, em missão de serviço ou em qualquer outro tipo de deslocação, deve o funcionário de investigação criminal munir-se de título de transporte válido através da apresentação do crachá e do L.T. em bilheteira, devendo nesse acto facultar o seu número mecanográfico a fim de a companhia transportadora poder reclamar o respectivo valor junto da URHRP.

2º Noutros casos em que tal não seja possível devido à natureza da missão ou a qualquer outro tipo de impedimento, deverá bastar a exibição do crachá e do L.T. no interior do veículo para afiançar o transporte do funcionário assim identificado, responsabilizando-se este, sob compromisso de honra, a informar posteriormente a URHRP do dia, hora, percurso e transportadora utilizada, a fim de se proceder ao ressarcimento do serviço prestado.

3º Tratando-se a matéria dos números anteriores de delicada natureza, visto a identificação de funcionário em possível missão de serviço pretender-se discreta por forma a não fazer perigar os objectivos da diligência ou até, em casos extremos, a segurança dos demais utentes, deverá a URHRP providenciar pelo informe das companhias de transporte a operar em território nacional dos procedimentos agora ordenados.

4º A comunicação a que se refere o número 2º deverá ser encaminhada para a URPRH, que lhe dará o devido tratamento e permitirá optar, caso a frequência das viagens ou vantagem económica o justifique, pela requisição de títulos de transporte em nome dos funcionários que deles necessitem, evitando-se assim a sua aquisição nos moldes do número 1º.”

Ora, como se vê, com uma simples ordem de serviço poder-se-ia esclarecer toda a gente, unificar procedimentos e resolver um problema que já tem alguns anos. Podendo não ser esta a solução perfeita, julgo que seria um passo na direcção certa. E baseia-se apenas em 3 pontos: a assumpção que os investigadores têm direito ao transporte em todo o território nacional em qualquer situação; que a legislação em vigor não é prática e pode ser perigosa quando em missão de serviço (principalmente em casos de terrorismo); e que se deve informar destes factos as transportadoras.

Haja boa-vontade!

lofoscopico disse...

Desde que este blog começou que o acompanho com relativa assiduidade; contudo, começo a ficar um pouco entediado com a administração Judiciária que por aqui passeia.
Qualificados ou não, pouco importa, desempenham uma função administrativa como noutras instituições do estado, com a importância que lhe é devida (ponto). A questão incontornável resume-se ao facto de não serem Polícias e esta Instituição dar pelo nome: POLÍCIA JUDICIÁRIA!!!

P.S. Aos anónimos, inventem um pseudónimo, tornará tudo muito mais interessante.

Anónimo disse...

Ó Jorge Neves deixe-se disso! Se o seu blog não é lido pelos seus colegas esforce-se por o tornar mais interessante, não aproveite este para alimentar o seu sonho de que um dia seremos todos administrativos ou todos polícias. É verdade que vos tem sido permitido ao longo dos anos um protagonistmo tal que os leva a considerar que são parte igual (ou superior) nesta engrenagem. Não são! De quem é a culpa? Dos vários directores que nos vêm governando que, não sendo escolhidos pela capacidade de gestão, que não possuem, confiam aos administrativos essa gestão. Logo esses funcionários ficam a conhecer as suas limitações, asneiras e opções menos claras, ficando os directores refêns desse facto. Porquê aprender ou esforçar-me por gerir se tenho aqui uns fulanos que fazem isso com agrado, só tenho que olhar para lado quando se colocam em bicos de pés perante os outros tipos, os da investigação. Não sou dono da verdade nas para mim isto é parte da explicação.

Jorge Neves disse...

Não costumo dar troco a anónimos, o anonimato para mim é cobardia. Não preciso que o meu blogue seja visitado pelos meus colegas, mesmo que o visitem e façam como aqui que comentam como anónimos eu não publico os comentários, mais lhe informo que tenho cerca de 500 visitas diárias, já ultrapassei as 60 mil visitas.
Eu consigo ser administrativo em qualquer ministério, trabalhar no privado sem qualquer dificuldade, já a maioria dos ditos investigadores, curioso é que parece uma monarquia nos últimos anos, não sabe fazer mais nada que “investigar”, o conceito de investigar é muito abrangente e inclui métodos que não os vou descrever num blogue.
Citando Marquês de Maricá “ Ocupados em descobrir os defeitos alheios, esquecemo-nos de investigar os próprios.

Anónimo disse...

Conhecendo o Neves como conheço duvido que ele tenha o sonho que um “de que um dia seremos todos administrativos ou todos polícias” ele é mais radical que isso e se tiver algum sonho nessa âmbito é de ver a Policia Judiciário vendida a uma empresa de segurança privada em parceria com alguma Associação de Detetives Privados e alguns comentaristas de TV.

Coimbra Norte

Anónimo disse...

Jorge, disse que "a maioria dos ditos investigadores, curioso é que parece uma monarquia nos últimos anos, não sabe fazer mais nada que “investigar”, o conceito de investigar é muito abrangente e inclui métodos que não os vou descrever num blogue", os " investigadores" que conhece - corrija-me se estou enganado - são de Coimbra e os mitos que aí criaram : o "jardel" dos incêndios e outros que tal. Talvez saiba, se não sabe digo-lhe, que a opinião generalizada no Porto e em LIsboa (e de alguns que aí passaram no estágio) é que Coimbra não é grande exemplo de investigação criminal, salvo raras e honrosas excepções.....

Investigador criminal disse...

Bem, a margem de manobra que aqui é dada no espaço de comentários vai ser - necessariamente e sob pena da coisa descambar - mais reduzido. De ora em diante não vão ser permitidos comentários visando pessoas em concreto.
Contudo, considerando que foi dito que o colega Jorge Neves pretendia privatizar a PJ transformando-a ou vendendo-a uma empresa privada (duvido que alguém aceite, a menos que seja daqueles negócios de 1 Euro com aceitação do passivo), vai ser concedido um direito de resposta no sentido de apurar que é em consórcio com o ex- Inspector Pereira Cristovão, e se foi à imagem dos pilotos da TAP negociado algum direito de preferência na futura privatização

Anónimo disse...

Se isso significar mudar a direcção da Policia, AVANTE A PRIVATIZAÇÂO!

Anónimo disse...

Pobre Blogger,
Vem tentando, sem sucesso, dinamizar discussões que facilitem a apresentação de pontos de vista e de discussão de propostas.
mas, em regra, os intervenientes não ajudam.
uma ou outra piada interessante, como a do jardel, mas sobre o que releva, NADA.
E o que releva é simples:
* As Perícias
* A Informação Criminal
* A Cooperação Internacional
Continuem a denegrir a Informação Criminal e quem lá trabalhe, continuem a ignorar as Perícias ou a tratá-las como mero recurso do enorme "show-off" inconsequente dos últimos tempos e continuem a ignorar a relevância dos mecanismos e canais de cooperação internacional, que estão quase lá.
E não, não se tratará de Privatização....

Alguém sugeriu um pseudónimo. O meu será
o dedo do meio empinado

Jorge Neves disse...

Caro anónimo das 19:19, eu disse que conseguia trabalhar em qualquer ministério ou no privado e que os investigadores só sabem “investigar”. Ou seja eu trabalho em qualquer lado já os investigadores terão muita dificuldade a arranjar trabalho em outra área caso fosse preciso. Que fique bem claro que nunca disse ou insinuei que os investigadores de Coimbra são maus investigadores, aliás nem posso fazer a comparação com outros investigadores.
Eu costumo dizer que a melhor polícia de investigação criminal é a nossa e a de Coimbra a melhor das melhores.
Não me peça para descrever os investigadores a nível de relações humanas senão amanhã tenho a cabeça a prémio, mas no que respeita a administrativos existe do mesmo também em excesso.
Como é logico eu não vou aqui publicamente descrever os métodos de investigação usados, mas não me estava a referir a métodos menos legais como é sabido na nossa casa não se utiliza isso.
A monarquia a que me refiro é visível aos olhos de todos, vão os pais entram os filhos, vão os tios entram os sobrinhos, como é logico vão todos a concurso têm de ficar aptos nas provas todas.
Ao anónimo das 19:26, digo que sou radical sim mas que nunca Privatizava a PJ, o máximo integrava-a na GNR. Em relação ao Dr. Almeida Rodrigues só tenho a dizer que tenho uma enorme estima por ele e grande amizade.
Nunca me vou esquecer do apoio que me deu numa altura que tive graves problemas de saúde.

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