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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Receita para parar impunemente um Serviço de Piquete da PJ

Artigo recebido via mail

A história passa-se numa Diretoria da PJ e é conhecida entre os seus funcionários. Desde finais de 2011 que alguém se "entretém" a ligar para os telefones do piquete a partir de um número de telemóvel entretanto identificado.

Até aqui nada de novo. Podia ser mais um dos "tolinhos" habituais que querem conversar um bocado. Porém, este caso é diferente. Neste caso trata-se do equivalente a um misto de "Denial-of-service" feito em relação a uma linha telefónica e uma tortura chinesa. É que quem anda há meses a fazer isto apenas "dá toques" e por norma não atende quando se lhe liga de volta, mas chega a efectuar mais de 200 chamadas por dia, sempre a partir do mesmo número.

Quem está de serviço tem que estar a ouvir toques de telefone a ciclos aleatórios durante 24 horas seguidas, sempre sem saber se será este "tolo" ou alguém que liga por questões legítimas. Os toques são tantos a a uma ritmo tão aleatório (mais forte durante a noite) que já há quem tenha suspeitado de que se trata de um qualquer programa informático.

Mas, criminalmente, segundo as doutas opiniões de quem não faz piquetes... não há nada de relevante.

Todos os dias se faz menção no relatório de piquete que a linha fica inacessível pelas constantes e repetidas ligações vindas do número em causa. Quase todos os dias há colegas que fazem as respectivas Informações de Serviço a informar superiormente do que se trata e a solicitarem apoio da "casa" no sentido de terminar esta afronta e tortura.

Até já houve quem tenha conseguido falar com o autor dos telefonemas e recebeu de volta insultos da pior espécie. Também isso foi relatado.

Resultado das conclusões oficiais: Qualquer pessoa é livre de ligar as vezes que quiser, pois o número é público e nós (ou melhor, eles, os que fazem piquete) apenas têm que aguentar uma vez que não se configura qualquer ilícito criminal.

E assim se continua a tortura diária de quem tem que estar fechado 24 horas por dia na sala do piquete...
Ás conclusões oficiais junta-se uma não oficial: qualquer pessoa pode, se assim o desejar, dar-se ao luxo de torturar psicologicamente quem estiver de piquete nesta PJ. Vão lá meia dúzia de tolos lembrar-se do mesmo e de um momento para o outro ficam inoperacionais todos os telefones dos serviços de piquete da PJ.
De certeza que se o "tolo" em vez de usar o número de telefone do piquete usasse antes o de alguns cargos dirigentes já o problema se tinha resolvido de imediato. Nem que o fossem buscar a casa dentro da mala de algum automóvel como se consta que em tempos idos alguém mandou fazer por muito menos...

4 comentários:

Investigador criminal disse...

Mas, criminalmente, segundo as doutas opiniões de quem não faz piquetes... não há nada de relevante.
Mas é daqueles que recebe ou não?
è que entre os que não fazem Piquetes -leia-se que NÂO estão 24 nas instalações - há quem receba MAIS do que aqueles que lá estão 24 horas....para isto não há austeridade........

Anónimo disse...

O título devia ser "O tolos controlam o Piquete da PJ".
Porventura, se se juntarem alguns "tolos", conseguirão controlar a PJ.

Anónimo disse...

Mas então, se alinha é impedida do exterior para o piquete e isso tortura, acabe-se com a tortura retirando o telefone do descanso.
Ou isso já iria configurar algum ilícito (disciplinar?).
Há outros números de piquete para onde ligar, ou o louco liga para todos?
Eu faria assim. Desligava!

Quanto aos outros que não fazem mas ganham, é que eu não percebo. Se não fazem como é que recebem?
Então o que eles fazem não é uma prevenção passiva?
Porque se insiste que estão de piquete? É para ganharem. E mais do que quem o faz efectivamente?
E a ASFIC qual é a sua posição?
Claro que não tem, pois alberga no seu seio essas figuras historicamente opositoras: o trabalhador e o capataz.

Abraços de
hospício

Anónimo disse...

Se estão à espera que a direcção resolva um problema que não lhes afecta, ou são muito ingénuos ou andam mesmo a cair de sono...

É muito mais fácil dizer que não há qualquer problema. E receber o mesmo ao dia 21.

E no belo dia em que todos se lembrarem de seguir esse vergonhoso modelo de trabalho, que até vem de gente que se considera superior moral e intelectualmente, essas e outras questões deixarão de ter qualquer importância...

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