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sábado, 23 de julho de 2011

Já passaram 30 dias......

O Governo tomou posse há cerca de 30 dias (data da tomada de posse 21.06.2011) e:
- ainda não decidiu renovar (ou NÃO) a comissão do Director Nacional e da sua equipa (estão em gestão desde Maio...)
- ainda não recebeu a ASFIC
- nada disse acerca da questão do trabalho suplementar na Policia Judiciária
O que fazer com este governo?
O que esperar dele?
Não tenho grandes dúvidas que a recondução da actual Direcção significa um grande passo para a Policia Nacional. Ao invés a nomeação de um Magistrado do Ministério Público para Director Nacional (secundado de outros Magistrados que assegurariam os cargos de direcção)significaria o retomar da matriz original da PJ, com uma ligação umbilical ao Ministério Público, que se perdeu com a nomeação de um Policia como Director Nacional.

5 comentários:

Anónimo disse...

Esta da ligação umbilical não nos tem trazido grande coisa. É mais importante a pessoa do que a sua origem. Se gosta mesmo da PJ; se acha que ela é de facto um orgão superior de polícia; se está na diposição de a defender até ao fim; se apoia nas condições mais dificeis os seus profissionais; se a representa com dignidade e acima de qualquer influencia politica; se é inovador (e aqui há tanto por fazer, tanto) e sem medos...
Abraços

Investigador criminal disse...

Caro
anónimo a ligação umbilical deriva do decreto lei (de 1945) em que os Inspectores (actualmente os coordenadores) eram procuradores adjuntos do MP (na altura denominados delegados do procurador da República).
Quanto ao resto concordo consigo e até lhe dou um nome : Juiz de Direito do TCIC Carlos Alexandre, mas o poder politico iria ter medo de tanta independência.....

Anónimo disse...

Como todos nós sabemos a Polícia Judiciária é um corpo superior de Polícia que coadjuva todas as Autoridades Judiciárias (MP e Juizes), conforme decorre da lei.

Nós, Polícia Judiciária não temos que ter qualquer ligação umbilical, mas sim profissional, tanto com o MP como com os Juízes.

Que é a dependência funcional, mas sempre com independência técnica e táctica, isto é hierarquica.

Por esta natureza é que defendo a actual lei orgânica e LOIC.

Assim, temos é que fazer valer a nossa competência, saber e dedicação à causa - a justiça.

Pelo que nós precisamos é de um corpo superior de polícia forte e não sermos um pau mandado de alguns que o pretendem.

Também, não queremos ser Magistrados, porque quem o quiser é fácil é concorrer ao CEJ (e até sabe umas coisas de investigação criminal).

Muitos de nós são convidados para sair da PJ, mas não o fazem por amor à causa, ainda existem pessoas destas nesta instituição.

Quanto ao Director Nacional precisamos é uma pessoa de mérito reconhecido.

Já agora precisamos quem sirva a instituição e não quem se sirva dela, como alguns colunistas sociais, é caso para dizer não andamos aui a ver touradas...ou melhor a ver navios já que estamos em época balnear...cuidado com as vítimas deste verão..

Anónimo disse...

Boa noite

Independentemente do Director Nacional quem assegura a "vida" desta instituição são todos os investigadores (mulheres e homens) que apenas têm como escopo a defesa do estado de direito e da protecção das vítimas.

Assumo que o facto de termos pela primeira vez um investigador de carreira na charneira da PJ nada de novo trouxe contudo também não retirou mérito "à casa" (atente-se que os últimos directores Magistrados nem conseguiram completar o seu mandato).

Penso que o que mais colidiu com as nossas expectativas com esta direcção foi o facto de ilusoriamente pensarmos que tinha a solução dos nossos problemas "na manga" ignorando que, para muito pesar meu, não tinham qualquer peso político junto da tutela.

Foram 3 anos de mandato mais virados para a gestão dos silêncios e apaziguamento dos ânimos exaltados provocados por um sindicato com gente incompetente que só se perpetua nos lugares face ao sistema eleitoral próprio do centralismo democrático moribundo e derrotado pelo movimento da história (têm medo do sistema um associado um voto??? )

Confio plenamente em todos os investigadores da PJ por que sei que (quase) todos procuram servir a Polícia em detrimento de agendas pessoais como é visível em alguns quadros superiores e alguns membros da ASFIC.

Por último julgo que a melhor forma de engrandecer a PJ é com os resultados e não com guerras intistinas entre "pavões" perfeitamente fora de tempo e com realidades dessincronizadas com o actual momento judicial.

Com a renovação da Direcção da PJ deveria ser renovada a Direcção da ASFIC. Estou farto do sindicalísmo caviar, sem sumo e com muita guerrilha verbal sem nenhuma eficácia....

Saúdo todos aqueles, que como eu, defende a PJ com o trabalho e a critica nos seus órgãos internos.

Anónimo disse...

O comentário das 22.47 reflecte bem o momento em que vivemos: o colega entende que com o seu trabalho defende a PJ e que o faz melhor do que a ASFIC. E tem razão. O problema é que a ASFIC existe para o defender a si, e não a instituição, papel que assumiu há largos anos uma vez que os dirigentes não o fazem. E tem sido a única voz activa sempre que a PJ-direcção deveria vir a terreiro defender a sua dama.
A verdade é que as sucessivas direcções de há uns anos para cá são amorfas, cristalizadas e não produzem um único pensamento digno de registo. São inúteis, e as suas funções podiam ser realizadas por um programa de computador, que decidiria sempre da mesma forma e produziria sempre os mesmos despachos. Quanto à nomeação da nova direcção tenho a dizer que, lamentavelmente, para fazer o mesmo qualquer um serve, pelo que a única alegria que posso vir a ter é a de ver alguns magistrados muito mal-formados a deixar o seu carro de empreiteiro nas nossas instalações e a regressar ao seu tribunalzinho de província, onde os processos dos pilha-galinhas os aguardam.

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