(peço desculpa pelas formatações , mas não as consegui "normalizar"
De facto, torna-se muito interessante ler todos estes comentários. Começando por responder aos anónimos ------------ vocês são mesmo facciosos na luta contra todos aqueles a quem, generosamente, apelidam de administrativos. Se chover a culpa é dos administrativos, se o SIIC não funciona a culpa é dos administrativos, se existem investigadores a desempenharem funções de administrativo a culpa é dos administrativos, etc., etc. Enquanto muitos dos dignos investigadores, ingressaram na carreira com a 4ª classe, 2ª, 5º e 7º anos, para além dos oriundos dos administrativos e de agentes motoristas, aos chefes de área já se exigia a licenciatura tal como aos especialistas superiores. De uma forma totalmente isenta, todos considerarão justo que os Srs. Investigadores, com aquelas básicas habilitações, não pudessem auferir um vencimento base superior aos especialistas superiores só porque tinham tirado um curso, durante uns meses, na escola. E os anos e o dinheiro que aqueles gastaram a tirarem o seu diploma? Será que não deveria haver diferença? É óbvio e estou plenamente de acordo que numa futura lei orgânica esta situação deva ser alterada uma vez que a exigência do ingresso já é a mesma. Por outro lado, sabem muito bem que existem Srs. investigadores a desempenharam funções de administrativos porque não reúnem condições para exercerem as de policia, não fazendo piquete, proibidos do usarem arma da polícia e a receberem subsídio de risco igual ao auferido por aqueles que, efectivamente, correm riscos. Onde está a moral? Só não reclamam porque pertencem à mesma classe. Já agora. Não acham que os vossos colegas que ingressaram já licenciados também deveriam receber mais do que aqueles que não o são uma vez que, teoricamente, estão muito mais capacitados, nomeadamente, os da licenciatura em direito? É que se vamos pela experiência, então qual a razão de se exigir a licenciatura nos concursos para inspector. Mais uma asneira. Só se inventa. Aliás, têm andado sempre um pouco a reboque, senão vejamos: eram agentes e passaram a usufruir da designação de inspector para seguir o exemplo do SEF; começaram a exigir a licenciatura porque já havia nos administrativos o requisito de licenciatura (especialistas superiores); Por outro lado, em todas as instituições existem bons e maus funcionários e nesta instituição também os há, quer sejam na investigação quer seja no apoio e, certamente, nesta última área haverá muitos e bons funcionários que se tivessem tido a oportunidade seriam tão bons ou melhores investigadores do que alguns dos existentes e que tanto proclamam “eu sou policia, não sou administrativo”. Será uma demonstração de um grande profissionalismo aquele investigador que se encontra de serviço de piquete e pede ao chefe do mesmo para ir a casa ver um animal de estimação que se encontra sozinho? Onde está aqui o supremo investigador e o amor à instituição, o gosto pela justiça, a luta contra o crime. Só vejo exigirem direitos e mais direitos, esquecendo-se dos deveres. Se aquando do acesso já era assim tão mau, tão exigente e sofredor, com fracos vencimentos então porque se permitiram ingressar nesta Polícia? Porque não optaram por outras carreiras? Ou teria sido mais pelo sentimento do poder que o crachá lhe confere e ingressar, gratuitamente, nos espectáculos, nos jogos de futebol, no cinema, nos bares, (bebidas incluídas?), etc., etc?
Esta Instituição, única, merecia, ao longo dos anos, outro discernimento por parte de todos os seus funcionários mas a divisão para reinar sempre foi a forma encontrada para, per si, tentar conseguir os objectivos e talvez por isso a existência de tantas associações sindicais mais as que outrora existiram. Deixem os administrativos em paz, lutem por aquilo que entenderem mas não peçam para eles receberem menos, perderem subsídio de risco, deixarem de pertencer ao corpo especial, uma vez que quando entram nas instalações ninguém sabe se são da investigação ou do apoio, à semelhança da sua presença nos reconhecimentos. Aliás, se assim não fosse, os elementos das vigilâncias não tinham o comportamento que têm, como nós sabemos, quando chegam à Directoria. Por outro lado, dizem as más-línguas, já querem que os funcionários do laboratório e da perícia financeira venham a pertencer à ASFIC, à semelhança do que já aconteceu com os da perícia técnica. Para isso, estes já não são administrativos ou, desculpem, será que já são polícias? Ou receiam que o laboratório passe para o IML e se aproxime o fim da PJ, a unificação com a PSP e o congelamento dos vossos vencimentos até que os ordenados daqueles se aproximem dos vossos? Lutem para terem mais mas não peçam para retirar aos outros. Não é bonito nem ético. Sabem, eu ainda sou do tempo em que se trabalhava muito à noite a recolher informação, sem pagamento de horas extraordinárias. Hoje às 17H30 é a hora limite porque: tenho que ir ao infantário buscar o filho, tenho que ir ao supermecardo, tenho que ir à piscina, etc. e talvez, por esta razão, a PSP/GNR tenha passado a ser o principal fornecedor da informação dos Srs. Investigadores. Com esta informação, fáceis escutas e vigilâncias qualificadas, torna-se muito mais fácil concluir, com êxito, as investigações não sendo necessário muito trabalho no terreno. Havia uma norma antiga instituída que era o do investigador que dizia à sua esposa em casa: “Se eu não aparecer, só poderás perguntar por mim ao fim de três dias”. Isto sim, eram investigadores com amor à camisola e não se preocupavam nem com horas extras nem com folgas mas unicamente com a obtenção dos resultados. Sou, como vocês apelidam, um administrativo, mas já estive numa secção de investigação, usei arma e participava nas operações. Aliás contavam muito mais comigo do que com um outro investigador cujas desculpas para não participar em determinadas operações já eram sobejamente conhecidas. Quanto à actual Direcção Nacional de que tanto falam e criticam, não vejo que nos últimos anos, as anteriores tenham feito muito melhor uma vez que os queixumes permanecem os mesmos ao longo dos anos – dinheiro ou falta dele e a eliminação das “apelidadas regalias”dos funcionários do apoio à investigação criminal -. Até gostaria de saber quem processaria as V/ajudas de custos, os vencimentos, o transporte do expediente entre as secções, o expediente e armas para os tribunais, a reparação das viaturas do serviço que muitas vezes levam para fazer compras e ir para casa e que até algumas delas serviam para colocar uma cadeirinha para levar/trazer o filho do infantário, etc. Será que seriam os Srs. Investigadores a fazerem todo este trabalho? Gostava de ver até porque, infelizmente, é normal ouvir-se …”isso é serviço dos administrativos” …
Sinceramente, deviam era preocuparem-se, de uma forma séria, com a aproximação ou a ultrapassagem das outras forças policiais. Já viram ofícios de uma força policial com a designação “Departamento de Investigação Criminal”? Para terminar perguntarei. Então, qual é o problema da PJ? A meu ver, falta de união entre todas as classes de funcionários e de respeito por todos os que aqui exercem funções, independentemente da sua categoria (todos têm o seu valor e todos são necessariamente necessários) em prol, sempre em prol, de uma polícia que, efectivamente, deveria ser diferente das demais, não só relativamente às regalias mas antes na atitude de todos os seus profissionais, na sua união e na classe das suas posições. Pese embora todo este desencanto, continuo a servir, orgulhosamente, esta Instituição. Viva a PJ. Nota: Podem tecer todas as críticas e comentários que entenderem mas por favor não o façam como fizeram ao Paulo, uma vez que o mais importante é uma análise do conteúdo, das ideias e não se está correcta ou incorrectamente bem escrito. “O administrativo”
6 comentários:
Boa noite, penso que não tenho o prazer de conhecer o “Administrativo” mas desde já vai daqui o meu bem-haja pelo excelente t exto, só prova que conhece muito bem como funciona a nossa Instituição por dentro.
Também tinha muito para contar, tanto dos administrativos como do pessoal da investigação, mas como comento registado não sou louco a esse ponto.
Com o caro Administrador só não concordo com uma ou duas coisas do que escreve. Não sabe com certeza, porque também não tem de o saber, o que os telefonistas, que agora são Assistentes Operacionais passam no seu dia-a-dia atender e receber chamadas, temos de fazer de psicólogos, de mentirosos, improvisar o imprevisto ….
Outra coisa que não concordo e vou justificar o porque não concordo com o caro Administrador do Blogue, já trabalhei em três Ministérios diferentes e posso garantir que ser administrativo na PJ não é o mesmo que ser administrativo numa escola, num Quartel das Forças Armadas ou numa Câmara Municipal. Ainda ontem numa deslocação diária em serviço ao exterior tive cerca de meia dúzia de indivíduos de etnia cigana a observar-me e ao carro onde ia, quando cheguei ao destino em serviço tinha mais 5 à porta a olhar para mim.
Continuo a defender que a Policia Judiciaria só tem futuro quando todos se comportarem como um todo para o fosso que já existe com a PSP e a GNR não continue a aumentar.
Concordando com muitas das coisas (factos) referidos pelo Administrativo e pelo comentário anterior do Jorge Neves, tenho q discordar da avaliação q faz em relação ao facto de ter se deslocado em serviço e ao sair ter sido "observado" por 5 ciganos e ao entrar aconteceu a mesma coisa, ou sej, e se estiver enganado na interpretação corrijam-me, justifica-se que todos aqueles q trabalham num edifício da PJ devem receber subsídio de risco!!!!! Não podia estar mais em desacordo! Ora vejamos: nesta perspectiva as testemunhas, os queixosos e quiçá os arguidos também deveriam receber subsídio de risco (passo o exagero), pois alguns no mesmo mês entram e saem várias vezes dos edifícios da PJ e os "ciganos" não sabem se são ou não funcionários pelo que poderiam também eles serem vilipendiados e agredidos por estes ou quaisquer outros "bandoleiros". Mas mais, no edifício da Gomes Freire 174, todas as terças-feiras entra uma senhora (por sinal mto simpática) que vai às secções vender queijos. Será que por ser vista todas as semanas a entrar e a sair da Polícia também corre riscos? Ou o senhor que vende as cotas do Benfica e que lá vai assiduamente cobrar algumas cotizações a colegas? Ou os funcionários da empresa de manutenção dos aparelhos de ar condicionado (e que são sempre os mesmos dois) que entram e saem do edíficio para fazerem manutenção/reparação não poderão ser confundidos com funcionários? Por último, se conhecerem algum caso de funcionário administrativo q tenha sofrido represálias, ameaças ou agressões, reportem. Eu q já estou na Polícia há quase 12 anos nunca soube de tal admitindo desde de já poderei estar mal-informado. De qq maneira e parafraseando o Blogger "Não confundam a obra-prima do Mestre com a Prima do Mestre de Obra" (sic).
Adão Santos
Pois é caro Adão, os Inspetores para se deslocarem 20 metros vão aos pares e de carro, com arma tem formação para defesa pessoal etc.
No meu caso em concreto, desloco-me sozinho transportando… até ao DIAP, TIC, PSP… de autocarro e transporto o material numa pasta que comprei eu, mas como sou do Pessoal de Apoio pelos vistos não corro riscos. Ou será que corro riscos?
Em 1º lugar escrever como anónimo ou assinar os comentários sem ser registado é praticamente a mesma coisa, podemos sempre meter um nome qualquer.
Não conheço o colega Adão nem o colega Jorge.
Ambos têm a sua razão, os extremismos não levam a lado algum.
Mas deixo aqui uma pergunta a ambos caso o Administrador do blog autorize.
Para o colega Adão, qual o risco que o pessoal de investigação criminal corre quando leva os carros para almoçar e para casa quando nem de Prevenção estão?
Para o colega Jorge, qual o risco que os chefes de núcleo e de sector correm quando estão quase em permanência dentro dos gabinetes?
Abraço cordial deste colega atento e vigilante.
Relativamente às considerações do "Administrativo", gostaria de lhe relembrar que a admissão da PJ, para a investigação criminal é antecedida de um concurso, seguindo-se um curso de 1 ano e depois um estágio de 1 ano. No caso dos administrativos, depois da aprovação num concurso, ingressam directamente na carreira e sem que nunca alguém, lhes tenha explicado de que forma funciona a instituição. Acabam por aprender por livre recriação e por vezes com algumas distorções.
Para o colega Jorge Neves:"No meu caso em concreto, desloco-me sozinho transportando… até ao DIAP, TIC, PSP… de autocarro e transporto o material numa pasta que comprei eu, mas como sou do Pessoal de Apoio pelos vistos não corro riscos. Ou será que corro riscos?" (sic).
Ora bem mas q riscos é que corre efectivamente? Levar material ao DIAP, TIC ou PSP? Mas q material? Inquéritos? Armas? Exames periciais? Relativamente aos processos até podem ser roubados pois actualmente podem ser completamente reconstituídos, até que se era por causa do segredo de justiça, toda a gente sabe q isso é só para inglês ver!Se forem armas e perícias tem razão, mas o problema está na forma ou seja quem os deveria levar deveriam ser os seguranças!
Agora ao colega Anónimo que disse: "Em 1º lugar escrever como anónimo ou assinar os comentários sem ser registado é praticamente a mesma coisa, podemos sempre meter um nome qualquer." - pois é mas eu assino e estou registado!
Quanto à pergunta "Para o colega Adão, qual o risco que o pessoal de investigação criminal corre quando leva os carros para almoçar e para casa quando nem de Prevenção estão?" O que é que isso tem a ver com o Subsídio de Risco? E como o blogger já explicou no seu último post, as razões para isso acontecer (qd legítimas obviamente) estão lá explanadas, é só ler!
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