Grande Lisboa: Investigação da PSP liderada pela unidade especial do DIAP
Carjacking: Tramados por relógio e cartão das vítimas
Um economista ao volante do seu BMW X5 foi a última vítima de Flávio e Nuno, dois assaltantes que desde 4 de Novembro atacaram por carjacking e sequestraram nove homens – forçados a levantar dinheiro. Entre eles estão Norberto Rosa e Fernando Alexandre, vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos e elemento da direcção de programas da RTP. Anteontem, às 22h30, os dois sequestradores foram apanhados pela PSP em Santo António dos Cavaleiros, Loures.
Por:Henrique Machado/ Magali Pinto/ Sara G. Carrilho/ A.S.C./ T.L.
Há mês e meio que a PSP, com cinco equipas em 15 noites de vigilância na rua, procurava a dupla - havia na Divisão de Investigação Criminal de Lisboa uma referência ao trajecto dos assaltantes. Já eram procurados antes do ataque a Norberto Rosa, na Pontinha, a 29 de Novembro (ver infografia todos os crimes).
Anteontem, uma das cinco equipas da PSP estava no sítio certo - junto a uma caixa multibanco, em Santo António dos Cavaleiros, onde já antes os assaltantes tinham levado outras vítimas. A PSP libertou o homem de 40 anos, sequestrado minutos antes no Lumiar, Lisboa - e não teve dúvidas de que tinha acabado de apanhar os dois assaltantes do banqueiro e do director da televisão do Estado.
O relógio deste último estava anteontem no pulso de um dos assaltantes. E o outro levava no bolso um cartão de Norberto Rosa, no qual este apontava contactos pessoais.
Cadastrados, um em liberdade condicional por falsificação e outro referenciado por roubos, foram caçados em flagrante à frente da Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros. Cinco polícias armados não deram hipóteses.
OFICIAL PEDE MEDIDAS LESIVAS
Ontem de manhã, o director do gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP, comissário Paulo Flor, pediu por e-mail a alguns jornalistas o seu "contributo ‘mediático' para que as medidas de coacção [aplicadas pelo juiz] sejam o mais lesivas possíveis". E acrescentou: "A PSP acredita ter tirado ‘de cena' estes criminosos". Ao CM, admite o e-mail, só para dar "ênfase" à situação, que "teria impacto positivo na vida das pessoas". "A PSP não analisa nem comenta decisões judiciais".
UM SEQUESTRO POR SEMANA
Desde o dia 4 de Novembro que a dupla estava imparável. Até anteontem à noite, aterrorizaram nove vítimas e as rotinas eram sempre as mesmas: aliciados pelos carros de luxo, escolhiam homens de meia-idade à saída das viaturas e sob ameaças de morte faziam dois levantamentos em caixas ATM. No final, livravam-se dos carros.
MAIS UM GOLPE NO CRIME VIOLENTO
A equipa da PSP que levou a cabo a operação de captura dos dois sequestradores conseguiu travar a onda de carjackings, sequestros e roubos armados que há quase dois meses alarmava a Grande Lisboa. Toda a investigação, com tentativas de localização e identificação dos assaltantes, antes do flagrante delito, anteontem, foi liderada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa, coordenada pela procuradora da República Cândida Vilar, que nos últimos três anos desmantelou vários grupos de crime organizado.
LUCRARAM 1000 EUROS POR VÍTIMA
Em menos de dois meses, os assaltantes atacaram nove pessoas. As vítimas eram forçadas a entregar os códigos dos cartões de multibanco e obrigados a permanecer, em média, meia hora nas mãos dos assaltantes. Por assalto, a Polícia acredita que tenham sido roubados em média cerca de mil euros, o que faz com que os assaltantes tenham conseguido quase dez mil euros com os carjackings.
As vítimas eram depois largadas na estrada, onde pediam ajuda a outros condutores.
"OPERAÇÃO BEM SUCEDIDA"
"Foi uma operação bem sucedida. A descrição que as vítimas faziam correspondia a milhares de indivíduos. Por isso, só tivemos a certeza que eram eles [os suspeitos] quando os interceptámos" disse Carlos Resende da Silva, comandante da DIC.
Debate de temas sobre a Policia Judiciária, investigação criminal, prática judiciária e temas de direito. Se quiser enviar artigos: invescriminal@gmail.com
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
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18 comentários:
A vergonha é esta..
O Banco Portugal, CMVM e Tribunal de Contas, em vez de fazerem o seu trabalho, apenas se dedicavam a leccionar aulas, com os seus funcinários a angariar curriculo e dinheiro por fora. Foi assim, que nasceram os BPNs, BPPS, BCPs e as fraudes nas grandes obras, como o "buraco da Madeira e autarquias". Fazendo agora o comparação com a nossa PJ:
- Hoje, meia dúzia andam a trabalhar;
- Outros como alguns Coordenadores apenas querem viagens, leccionar aulas à "surrelfa", dizerem-se amigos dos amarelos e dos laranjas, mas trabalho nada;
- Há dinheiro para viagens para a venezuelas, Perus, Brasil, Holandas, Bélgicas e outras, para se andar na "CEPOL" que de utilidade para a investigação é "Zero";
- Mas se eu quero fazer uma diligência num processo fora da minha área, ir nossa Escola Fazer um curso, OU NÃO VOU ou SE NÃO TENHO QUE IR DE COMBOIO;
- Mais se quiser cumprir uma carta ROGATÓRIA ou ir aos Açores ou à Madeira, no âmbito de um processo não poss;
- É aqui que reside a nossa ineficácia, actualmente à viagens de turismo a mais e quem conduz o avião como os investigadores do terreno não são ouvidos ou então não se lhe é dada importância;
Se Não vejamos:
- Cursos na Universidade de Lisboa e Coimbra: Palestra com o Sr. Fulano Tal, Director da PJ:
- Mas para investigar, nada...
- Por isso acho que temos uma lei orgânica funcional, temos qualidades, temos bons profissionais, MAS A DIRECÇÂO TEM QUE EXIGIR JUNTO DOS COORDENADORES QUE DEIXEM DE FAZER TURISMO..
Bem, como as modas aqui andam eu nem ia comentar o artigo, mas lá vai...
Desta notícia promissora e da sua análise, profundíssima, extraio:
- Cinco equipas;
- Cinco "homens" por equipa;
- Cinco x Cinco = Vinte e cinco efectivos;
- Quinze noites (o que quer que isso signifique, em número de horas);
- Vinte e cinco x Quinze noites (tomando o exemplo da PJ, em que a noite passará a contar a partir das 20 e até às 08 = 12 horas) <=> Vinte e cinco x Quinze noites x Doze horas = Quatro mil e quinhentas horas
Desta pequena análise numérica, suscitam-se-me dúvidas...
- Uma das perguntas que me assalta o espírito é: Qual o valor / hora que cada um destes efectivos vai receber? É que, fazendo bem as contas, se utilizarmos o valor de referência de três euros à hora (3€/h) - valor superior ao ganho por um inspector da PJ (i minúsculo, propositado) - irão receber Treze mil e quinhentos euros (13.500€). Mas como tal valor será, com toda a certeza, superior, como já disse outrora um governante ... é só fazer as contas!
- Outra pergunta que me sobressalta, logo de seguida e na sequência da anterior, é: E se pagassem condignamente à PJ, seriam necessários 25 (Vinte e Cinco) elementos para fazer esse serviço, sendo que cada brigada tem cinco a seis elementos, e este tipo de serviço é, normalmente, apenas realizado por uma brigada?
Bom, esta notícia tem múltiplos itens para se poder dissertar, mas, infelizmente, não temos tempo...
Ainda assim, apenas mais duas ou três ressalvas:
- Seria possível o Sr. Ofícial indicar quais os endereços de correio electrónico dos destinatários do seu mail? É que faziam jeito à casa, para se alguém, algum dia, entender dever competir com o "share" de audiências, ter como o fazer.
- Já agora, puxando a brasa à minha sardinha, o Sr. Oficial não tem aí um lugarzito para mim, não? É que aqui parece que se anda sem rei nem roque! Os últimos cartuchos já devem ter sido queimados e ainda ninguém me avisou... Assim, se tiver um cantinho, qualquer que ele seja, reserve-mo, por favor (isto de se pedir tem arte ... o jeitinho tem de lá estar, senão já nem eles nos querem ...)
Aproveitando a onda, à minha querida ASFIC:
- Não estará na hora de entregar as armas? É que é melhor entregá-las, antes que alguém as peça!
... [Silêncio] ...
Allô ? ... ASFIC ? ... Está aí alguém ?
Ó diabo ... não se ouve viv'alma ...
Será que a Ministra andou a utilizar dardos tranquilizantes nas reuniões ?
A Nuvem
Muito sinceramente a "NUVEM" anda mesmo nas NUVENS... com o devido respeito. Aqueles 25 elementos que se refere estão no seu horario de serviço (sim à noite!!!), e nenhum deles recebe um centimo a mais no seu ordenado pelo excelente serviço que fez, pela excelente investigação, pelo empenho e pelo mérito! Sim, naquela instituição não ha horas extraordinárias. Mas o Profissionalismo é extraordinário... Cumprimentos cordiais.
PS: Dêem valor às regalias que têm, e regressem das "NUVENS", para a vida "TERRENA"
Nuvem: a ASFIC nada tem a ver com a eficácia de investigações da PJ.....
Este caso, mais uma vez em Lisboa - mas chegará a outros pontos do país, esperem -significa o ocupar pela PSP de espaços criminais que outrora foram da PJ.
Será admissível que tem tem os processos não tenha feito um estudo de análise a prever o próximo local, ou locais onde seria previsível o próximo " ataque"? Será admissível que os processos estivessem divididos por n brigadas e x Inspectores,e que não tivesse sido realizada a correlação entre eles? Quantas duplas conhecem de um caucasiano e um negro que sequestram, fazem levantamentos e deixam os carros conhecem? Muitas perguntas que merecem resposta.....
Esta caso demonstra, como muito bem o blogger vem apontando, a ausência de estratégia da PJ, que vê árvores sem vislumbrar florestas e que vive de pequenos poderes instalados e de grandes egos e vaidades que colocam sérios obstáculos à investigação.
Observador
A todo o pessoal da Policia Judiciária desejo um bom Natal.
Para o anónimo de 22 de Dezembro de 2011 20:05
Antes de mais, deixe-me dizer-lhe que o serviço foi bom. É sempre bom quando corre bem.
Calculo que você também esteja nas nuvens. Mas pense um bocado. 25 homens (não sei se foi este número) para resolver um caso simples (roubo com sequestro) acha adequado? Não terão sido usados tais meios apenas porque foram vítimas duas pessoas importantes?
Sabe, é que as brigadas de roubo em Lisboa têm cerca de 30 elementos e lidam com 600 novos processos/ano, fazem cerca de 150 detenções, garantem prevenção 24 horas até à fronteira com Espanha e resolvem muitos roubos com sequestro de gente anónima...
Você não se preocupa com esta notícia? Eu sim. É por causa desse "profissionalismo" que você exalta que as elites dizem que está tudo bem na justiça. E é esse "profissionalismo" que me assusta, a mim, que acredito na equidade da Justiça e que não há cidadãos de segunda. E já agora, se é profissional, tem de ser pago. Não existe profissionalismo amador.
Eu estou colocado bem a Norte, e tenho aqui casos idênticos, que nem notícia no jornal foram...ninguém, além de nós, quer saber do reformado que foi obrigado a levantar dinheiro no multibanco...
Se tiver dúvidas, espere até ser assaltado um seu familiar da mesma forma. Verá quantos elementos serão destacados para esse caso.
Por muito que dê voltas á cabeça, não consigo entender como é que muitos dos que hoje se mandam ao ar porque a PSP e a GNR "invadem" a área de competência da PJ são os mesmos que fizeram com que a PJ perdesse muitas das suas competências no decreto lei 275-A/2000. Na altura achavam que a PJ, como era um corpo superior de policia, devia ficar só com a "nata" da criminalidade. Agora já acham que deve ficar com toda a investigação criminal, que, aliás, nunca teve. Amanhã sabe-se lá o que é que vão defender. Afinal em que é que ficamos, srs. assessores e coordenadores superiores?
A PJ está bem e recomenda-se...
No caso em apreço, nota-se o protagonismo de uma Magistrada do MP, coadjuvada por procuradores adjuntos que quanto à qualidade eu digo "muito duvidosa"..
- Dizia o DN (Diário de Notícias), retiraram os processoa à PJ para investigar a PSP...
- Muito bem, mas quantos processoa de Roubo, Homícidios, Falsificação, Crime Económico nós resolvemos centenas.
- Mas nós na PJ temos que ser mais proactivos, responsáveis, mais atentos, e actuar com eficácia, como o fizemos na noite branca e em outros casos.
- Neste caso deveriamos ter detido os indivíduos;
- A Polícia deveria ter-se Unido, ter havido estratégia;
- Não temos que ter medo, não temos que por em causa a nossa instituição, não temos que por em causa a Direcção Nacional, não temos que por em causa, para já, a ASFIC;
- Deve haver é uma reestruturação na PJ, essencialmente no ROUBO, a fim de haver um estudo, uma estratégia bem definida face aos inúmeros casos que temos em mão;
- Ganhar a luta do crime como se fez com a Droga e tão recente no crime económico e nos outros Departamentos a Nível Nacional.
- Senhor Director tem que se fazer mudanças não pode estar a viver a nossa casa este marasmo estratégico. Não tenha medo vá em frente, mude o que tem a mudar e verá que todos estaremos consigo.E já agora dê uma volta na secção da moeda falsa.
O Turista
O Turista.
Em primeiro lugar, como Inspector da PJ, dou os Parabéns à PSP por este magnifico trabalho. Não interessa se foi a força A ou a força B que parou a actividade destes criminosos. Interessa é que foram bem presos.
De facto, tenho vergonha e não me revejo no comentário do NUVEM. É o exemplo tipico duma atitude que continua a vigorar na PJ e que, aliás, tem levado à sua crescente ineficácia. Cego não é o que não pode ver, é o que não quer ver ou que nem sequer consegue ver.
Chega de apatia, acordem. Já ninguém compra a ideia de que quando somos nós a fazer, é porque somos os melhores, mas quando são os outros, é porque atropelaram as nossas competências e, por razões de protagonismo, aproveitaram o nosso "trabalho" porque nós estavamos quase lá e tinhams tudo controlado - só estávamos à espera do momento certo.
Deixem-se de ideias ridiculas. Quem está numa área dita de operacional, sabe muito bem que não temos 25 Homens disponiveis durante 15 noites e madrugadas, muito menos alguém capaz de os chefiar e coordenar num trabalho como este. Esse é o problema da PJ. Dizer que a PJ com uma só Brigada detinha os indivíduos pode não ser mentira. O problema é que até o fazer iriam decorrer ainda uns meses de investigação e, até lá, quantas mais vitimas iriam surgir? Temos de reconhecer que o nosso modelo de investigação está caduco. O sistema de um processo por inspector já não presta. Pode dar muito jeito e descanso aos superiores hierárquicos, mas não serve. Convençam-se que a eficácia da PJ não melhorará enquanto nos serviços de Prevenção continuarem a ir apenas dois inspectores, e às vezes só um e enquanto o processo for distribuido a um só inspector, que o tem de estratificar e investigar sozinho, recorrendo apenas esporadicamente aos colegas quando necessita de diligências no exterior.
Por isso, ainda bem que existem equipas da PSP e da GNR capazes de fazerem trabalhos como este, suprindo assim as falhas da investigação criminal da PJ, que é legalmente competente para o efeito. A sociedade assim o exige. Para os cidadãos pouco importa quem prende, o que querem é que se prendam os criminosos.
O Esclarecido
Esclarecido:
a posição do blogger é idêntica à sua e dá também os parabéns à PSP, nomeadamente ao sector de informação da PSP que conseguiu determinar o local onde os meliantes iriam "atacar". Os nossos inimigos, os inimigos da PJ não são os Policias, da GNR, da PSP ou do SEF, são os bandidos e os politicos (hesitei em escrever só os bandidos, porque grande parte do politícos está aqui incluido) e quem pensar de outra foram está apenas a defender o seu "tachinho". Agora, este caso, se houvesse uma direcção na PJ - há quem diga que já mais do que uma, pelo número de postais de Natal.....- iria pedir responsabilidades: ao Director da DLVT, ao CSIC da àrea, e aos CIC;
Agora, continuar a assobiar para o lado....é que não dá, a PJ precisa de um revolução, de uma evolução, precisa de mudar a sua estrutura, a sua forma de trabalhar.
<prenderam-se dois assaltantes da treta, só porque as vitimas foram pessoas importantes.
Não Vamos desvalorizar o trabalho dos outros... É verdade que a PSP apenas quer aparecer na fotografia ao custo, muitas vezes, de irregularidades processuais, quase sempre insanáveis e que se refletem nos julgamentos.
No entanto, também não deixa de ser verdade que a PJ, nos moldes que está, não tinha capacidade para fazer vigilâncias durante 15 dias (neste caso 15 noites) com 25 homens, pois senão quem trataria dos outros inquéritos.
Se houvesse articulação é que era e eles deixassem-se de se pavonear que fizeram flagrantes, talvez tivessemos mais condenações.
Mas é a feira das vaidades em que vivemos...
O que se perdeu foi mais uma oportunidade de a PJ demonstrar que é um corpo superior de Policia. Dizem que a PJ não tem 25 Inspectores para vigiar x locais durante Y dias, mas não tem a informação? Não poderiam os esclarecidos do SIIC e outros ter feito o trabalho de análise que a PSP fez e depois - helas! - pedir colaboração à PSP, à GNR aos guardas nocturnos!! Mas não, preferiram ir " acumulando" processos - mais de 10!!! - ao longo de 2 ou 3 meses......enfim, palavras para quê?
O grande problema é que não são pedidas responsabilidades, porque se houvesse um Director Nacional ia perguntar porque é que não foi feito uma análise dos crimes, se os autores (um branco e um negro....) eram sempre os mesmos, o mesmo MO..... os processos nem na mesma brigada estavam!!!!!
Nuvem passageira
Ora vamos lá a colocar is pontos nos is:
1º Parabéns à PSP porque de facto foi um bom serviço;
2º A PSP não fez nenhum trabalho de tratamento de informação!!!!!A DIC de Lisboa tinha umas intercepções a um deles por suspeitas de tráfico de estupefacientes e foi aí que eles "caíram"! Acho estranho é que alguns colegas acreditem nas 5 equipas da PSP colocadas em pontos estratégicos (ahahhahahahhaha), quando todos nós sabemos que os serviços feitos em "flagrante delito" resultam 95% das vezes por "acompanhamento em tempo real" dos suspeitos porque foi isto que aconteceu;
3º Não deixa de ser um óptimo serviço e que as duas Secções de Roubos de Lisboa onde estou inserido não se organizaram e foram suficientemente proactivas na resolução dos 5 ou 6 inquéritos que se encontravam espalhados pelas Brigadas;
4º Por último um bom 2012 para todos nós\vós e que PJ resolva os seus problemas (graves) de organização do trabalho. Bem hajam
Meus caros, nem todo o que vem no jornal é verdade.
A PSP chegou aos indivíduos através de escutas e depois simulou um flagrante, como sempre faz....
Desde que têm cumplicidade como uma certa senhora do DIAP, que fazem intercepções telefónicas por atacado, logo facilmente obtêm frutos. A receita é simples, dentro de cada zona problemática seleccionam-se vários alvos e colocam-se sobre escuta, mais tarde ou mais cedo acaba por cair alguma coisa nos grilos.
Em sequência do comentário anterior acrescento: Senhora essa que no último Correio da Manhã de 2011 desejou para 2012 o seguinte e passo a citar: "Que o crime violento possa ser investigado por todas as Polícias".
Não vamos tentar esconder as eficiências da PJ com os protagonismos de outros. O MP, ou melhor no caso uma Magistrada do MP fez o que a PJ devia - há muito - ter feito: prender os indivíduos que andavam há 3 ou 4 meses a sequestrar e roubar, tendo feito mais de 8 crimes idênticos. O que fez a PJ? NADA (eu sei que custa reconhecer isto mas.....) nem sequer concentrou na mesma brigada (já nem digo Inspector)todos os processos......a questão que se coloca é que o método pode não ser o mais adequado, mas eles estão presos....e o mais preocupante é que a PJ, a direcção e os cargos superiores continuam a assobiar para o lado como se nada se passasse.....
Meus senhores
Não é verdade, infelizmente, que a PSP tivesse nenhum dos detidos sob escuta nem que o flagrante tenha sido devido a uma intercepção telefónica. Infelizmente. Como todos nós, se a PSP tivesse uma forma menos onerosa em termos de meios empenhados e com igual eficácia (quer em parar a onda de crimes quer em reunir prova para os condenar), teria ido nesse sentido sem hesitar.
Achar que se pôs pessoal na rua, várias horas, só para se "fingir" um flagrante e parecer que foi análise e tratament de informação é demasiado rebuscado, convenhamos.
Também não é verdade:
- que cada equipa tenha 5 elementos: Dois ou tres, dependendo da função e do efectivo disponível;
- que tenham sido 15 as noites de dispositivo no terreno: foram "apenas" 4 noites 29nov;6 e 7dez e, finalmente, 20dez. Basta analisar bem as datas dos roubos e conseguir-se-á perceber o porque de ter sido apenas nestes dias;
- que tenham sido noites completas: apenas se apostou no periodo entre as 19h e as 23/23h30. Também aqui se remete para a análise das horas dos crimes;
- que em todas as noites em que o pessoal esteve no terreno, tenham estado o mesmo numero de equipas: foi crescendo o efectivo empenhado, em função da informação que se foi acumulando e a gravidade da impunidade dos crimes e
- que a preocupação e o empenho tenha sido motivado por mediatismo de vitimas: conforme se poderá verificar pelas datas que referi, quando a primeira vitima "famosa" foi "feita" já havia pessoal no terreno para o efeito. Isso é dito na noticia e é verdade. Perguntem ao pessoal do piquete da UNCT que foi ao terreno que eles confirmam isso.
O mediatismo das vitimas não foi algo visto como positivo pelo pessoal que dirigiu e executou a operação. antes pelo contrário, uma vez que poderá ter motivado alteraçao no padrão de actuaçao deles... pelo menos na semana seguinte... se assim não fosse, quem sabe não teriam sido apanhados duas semanas mais cedo? niguém sabe.. mas fica a dúvida.
A delegação da investigação de um dos crimes também não terá sido o mais importante. O trabalho começou muito antes e continuaria na mesma até dar frutos ou eles se cansassem de praticar crimes. Bastava a informação. Muita dela constante apenas no processo e, portanto, inacessível a quem não o tinha... dai que iria demorar muito mais tempo a aglutinar informação suficiente para direccionar os meios de forma mais cirugica.
A diferença entre este conjunto de crimes e a miriade de crimes que são praticados não reside em mediatismos. redide sim no louvável facto de se ter conseguido perceber um padrão e acreditar-se que o esforço teria sucesso.
Mas nada disto deveria ser fora do normal... é o que se espera de profissionais de polícia. Que se apercebam destas coisas. Mas para isso, é preciso que haja quem veja a árvore e haja quem veja a floresta. Só a conjugação das duas visões pode trazer sucesso.
Também é verdade que os criminosos podiam ser mais rotineiros e, assim, teriamos mais situações destas. Mas, como diz também o porta-voz de uma força de segurança: "eles não querem colaborar connosco" :)
Termino com um mero desabafo... isto era tão melhor se uns não fossem vistos como "armados em doutores superiores" e os outros como "amadores cowboys armados em invetigadores criminais"...
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