GNR sem 'capacidade de resposta' contra criminalidade violenta
Pelotão de intervenção rápida tem de viajar de Lisboa. Segurança pública no interior está diminuída face a grupos organizados
A GNR "não está preparada" para dar uma resposta rápida à criminalidade levada a cabo por grupos mafiosos, diz ao DN o presidente da Associação Socio-profissional Independente da Guarda (ASPIG), José Alho.
A nova Lei Orgânica da GNR foi publicada em Novembro de 2007. Três anos depois, a "maior parte" dos distritos do interior continua sem dispor de um pelotão de intervenção rápida que permita enfrentar situações de ameaça à segurança pública.
"Um pelotão é composto por 32 homens. Temos, nalguns casos, sete ou oito militares com essas funções, o que nem sequer chega para a capital de distrito", diz.
Também as carrinhas antimotim continuam a ser uma "ilusão" em boa parte do País: "Há oito distritos, como Beja, Castelo Branco ou Guarda que não dispõem deste equipamento", refere o presidente da ASPIG.
"A capacidade de resposta está diminuída. Se houver, por exemplo, um sequestro numa escola ou num hipermercado é preciso esperar por uma equipa de Lisboa, que leva no mínimo três horas a chegar ao terreno", aponta.
Segundo José Alho, a execução de três imigrantes búlgaros próximo de Aljustrel - um crime cometido de forma muito violenta com os disparos a atingirem as vítimas na cara - é mais uma prova da actuação em Portugal de "grupos criminosos altamente preparados" oriundos de países do Leste, Norte de África ou América Latina, compostos por operacionais bem treinados, nalguns casos até com experiência em cenário de guerra.
Por isso defende que só a constituição e treino diário do pelotão de intervenção rápida podem "garantir a retaguarda" às patrulhas que estão no terreno e que são as primeiras a chegar aos locais das ocorrências. "Há militares que têm receio de intervir em situações mais complicadas, pois sentem que estão sozinhos no terreno, às vezes até a ser agredidos."
No caso de Beja, a ASPIG lembra que se trata de um distrito "muito vasto" em que é preciso estar permanentemente no terreno, da costa atlântica à fronteira com Espanha.
"Estamos a ser confrontados com novas formas de criminalidade violenta, num espaço sem fronteiras e com boas vias de comunicação, e a nossa resposta continua a assentar no dispositivo instalado no terreno em 1911", refere o dirigente sindical da GNR.
Para José Alho, a solução é encerrar os postos de pequena dimensão e concentrar efectivos nas sedes de concelho e capitais de distrito, de forma a que se possa ter equipas preparadas em homens e meios para rapidamente estar no terreno.
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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1 comentário:
Basicamente o q ele está a dizer é criar umas sedes de distrito tipo pj.. E a policia de proximidade?? Deixa de existir??
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