PJ tem 25 carros novos fechados numa garagem há um ano
Chegaram a Lisboa, novinhos em folha, há cerca de um ano. Desde então, os carros, da marca Peugeot, têm estado fechados numa garagem da PJ e sem qualquer utilização
A Polícia Judiciária (PJ) tem, há cerca de um ano, 25 carros parados, novos e prontos para entrarem ao serviço, numa garagem em Lisboa. Os veículos, ligeiros da marca Peugeot, até já têm matrícula de Dezembro de 2010, mas continuam guardados, não tendo qualquer utilização, na garagem da Judiciária na Rua Angra do Heroísmo. Tudo porque, contou ao i fonte da PJ, a Direcção-Geral do Orçamento (DGO) ainda não autorizou o pagamento da aquisição dos carros, feita através da Agência de Compras do Estado.
As viaturas chegaram a Portugal há cerca de um ano – antes de entrar em vigor, a 1 de Janeiro, a norma do Orçamento do Estado que obriga a que todas as compras tenham de ser previamente autorizadas pelas Finanças. A autorização foi pedida, mas passado quase um ano o aval ainda não terá chegado. A direcção da PJ confirma a situação e esclarece estar a aguardar “a última autorização necessária para efectuar o pagamento das viaturas em causa, o que se prevê que aconteça a muito breve prazo”, acrescentando que “obtida a autorização e efectuado o pagamento, os carros serão imediatamente distribuídos pelas unidades operacionais da PJ”, recusando-se a fazer mais comentários. Já o Ministério das Finanças, contactado pelo i, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
70% da frota inoperacional A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) admite que os carros fazem “obviamente falta”, dado que a frota da Judiciária “está velha e precisa de ser renovada”. A ASFIC diz mesmo que o Estado está a perder dinheiro ao não renovar os carros: “Apesar de a operacionalidade da polícia ainda não ter sido posta em causa, a verdade é que muitos dos carros, por serem antigos e terem muitos quilómetros, vão parar frequentemente às oficinas e precisam de arranjos sucessivos, o que custa dinheiro”, diz Carlos Garcia, o dirigente da associação.
Em Março, a ASFIC emitiu um comunicado em que avançava que a capacidade operacional da PJ estava seriamente ameaçada. Segundo a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal, os problemas estendiam-se da falta de pessoal à inoperacionalidade da frota automóvel.
“Mais de 70% da frota padece de uma série de deficiências graves e estamos em crer que, se a mesma fosse sujeita a uma inspecção técnica rigorosa, garantidamente não passava”, dizia a nota da associação.
A PJ é a quarta instituição do Estado com maior número de veículos. Em 2009, a frota da polícia ascendia a mais de 1100 carros. Por causa da falta de viaturas, dizia o sindicato, terá havido departamentos que deixaram de fazer diligências. E outras só terão sido realizadas porque os investigadores recorreram aos seus próprios carros. “Pneus carecas e luzes fundidas são o pão nosso de cada dia, mas o pior são os problemas mecânicos. O Estado, que tem milhares de carros, não serve de exemplo a ninguém”, contava na mesma altura, ao jornal “Público”, um inspector da directoria da PJ de Lisboa que não quis ser identificado. A mesma fonte garantia que “muitos serviços” não se faziam “por falta de carros”. Algo que fonte da direcção da Judiciária nega terminantemente: “A operacionalidade da PJ nunca foi posta em causa”, garante.
4 comentários:
"(..)A direcção da PJ confirma a situação e esclarece estar a aguardar “a última autorização necessária para efectuar o pagamento das viaturas em causa, o que se prevê que aconteça a muito breve prazo”(...)" “A operacionalidade da PJ nunca foi posta em causa” diz a direcção nacional da PJ.
Das duas uma: ou as viaturas não eram necessárias, aliás como parece comprovar-se (tanto tempo sem serem utilizadas), o que significa dinheiro dos contribuintes esbanjado ou a direcção nacional da PJ mente, e já não era a 1ª vez, e a operacionalidade foi posta em causa.
Ainda bem que temos uma ASFIC/PJ que diz o que diz suportando-se em factos reais. Ainda há pouco tempo, acho que em Março de 2011, a ASFIC denunciava que a frota da PJ estava velha e a ficar inoperacional, mas... também ouvi a direcção nacional da PJ dizer que era falso.
Confirmando a tese da ASFIC (a quem na pessoa do seu Presidente Nacional aproveito para saudar pelo trabalho que têm feito nos últimos dois anos) sou um dos que já se recusou a conduzir viaturas da PJ por não apresentarem condições de segurança para circularem na via pública e conheço outras situações de recusa. Não tarda a recusa generalisa-se e alguém tem que tomar medidas. Deixo primeiro o conselho: não se esqueçam que se tiverem um acidente de viação por conduzirem uma viatura em estado "deficiente" traz responsabiliades para o condutor; depois deixo o repto: conduzam as viaturas da PJ como se fossem vossas, quando não estão em condições ficam na garagem.
Obrigado
...
Ó colega das 11 e 23, ou eu estou a ler mal ou o Carlos Garcoia também diz que a operacionalidade da policia ainda não foi sido posta em causa. Decidam-se ai na ASFIC. O que não vos fica bem é o Carlos Garcia vir dizer uma coisa e logo a seguir outro "anónimo" vir dizer outra. A operacionalidade ou foi posta em causa ou não foi e ponto final. E acho que o colega fez muito bem em se recusar a conduzir viaturas que não estavam em condições. Mas desconfio que para o trabalho que faz só precisava delas para ir e vir de casa para a secretária onde tem o ecrã de computador. De qualquer maneira e pela minha parte também faço votos para que os carros sejam entregues bem depressa.
Ó colega das 16:36. Não seja tão acutilante. É que para muitos e quando é para trabalhar, a viatura tem os defeitos todos, mas quando é para tratar de assuntos particulares, já serve.Vamos ser coerentes, e honestos, características que eram comuns na nossa casa.
Se fossem Mercedes para os directores andarem....a ver se estavam fechados....
Isto é uma vergonha...há Unidades da PJ que têm carros com 250.000 km a cair, que são um perigo para quem os conduz, e há carros novos fechados em garagens?? Como é isto possível? E ainda defendem Almeida Rodrigues? Este director sempre que tiver de enfrentar alguém para resolver um problema da PJ, vai meter a viola no saco e tocar para outra freguesia, ainda ninguém viu que o objectivo de AR é apenas renovar a comissão e de pois reformar-se? E a Pj que se lixe........Será que a Ministra ainda não viu isso? Então de que está à espera? Ass.Ventoínhas
Enviar um comentário