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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Para gaúdio do Catarino...

Ao fim e ao cabo
PJ perde jogo do gang
Francisco Colaço, o homem suspeito de liderar o ‘gang da retroescavadora’, divertiu-se durante quase dois anos num perigoso jogo com a Polícia: planeou e executou três dezenas de assaltos, arrecadou centenas de milhares de euros – e, à medida que o tempo corria sem ser incomodado, convenceu-se de um certo estado de impunidade. Cada assalto era um desafio à Polícia.
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Por:Manuel Catarino, Subdirector


Tinha orgulho naquilo que fazia. Gostava de ler no jornal as notícias dos seus crimes – e coleccionou religiosamente todas as edições do CM com as histórias do ‘gang da retroescavadora’. Leu – não sei se divertido ou se irritado – as teorias da Polícia Judiciária sobre este gang que teria vindo do Leste. Os perigosos criminosos são, afinal, de muito mais perto.
O Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé encontrou o rasto do ‘gang da escavadora’ na sequência do assalto a uma residência de onde foram roubadas jóias no valor de cinco milhões de euros. O pessoal da GNR – que não tem direito a horas extraordinárias nem a horários de trabalho – conseguiu desfazer o gang. A PJ não teve tempo.

11 comentários:

Odin disse...

Já sabemos o que tal Sr escreve e como escreve, porém os processos de destruição de imagem de uma instituição e dos seus funcionários, perdão digo " empregados " como o texto infelizmente não deixa entender são vários e não só aqueles que aqui se expõem. Um "empregado" que não um militar tem direitos e deveres distintos, embora haja quem não perceba nada disto e ponha tudo no mesmo saco, considerando irrelavante quer o efectivo que hoje é utilizado por uma força militar em sede de investigações como não deixa de ser o caso da GNR e seus sucessos. Parabéns pois pelo feito. Todavia algo vai muito mal por este Portugal, não há Ministério algum que consiga calar a insatisfação que grassa nas remunerações e nas promoções e nos cortes que são tidos, branqueando com estes pequenos sucessos uma vergonha que atinge os servidores do Estado. Não há dia que passe que não se ridicularize e mal trate as pessoas, a última foi tida pelo Sr Ministro da Defesa,que revê as condições dos servidores do Estado como algo descartável. Descartável pois, é de facto a condição dos politicos. Doeu-me a alma ver um conjunto de marinheiros a cantar o Hino Nacional na presença de tal Sr aquando da visita ao Navio Escola Sagres esta semana, viu-se jugo e tristeza em vez de paixão e querer, é isto que um policia também sente quando olha á volta e para os seus. Obrigado

Anónimo disse...

Este sr. joranlista já nos habituou a estas ferroadas na PJ. Até já chegou a escrever que a PJ se tinha finado com a greve e com a manifestção que a ASFIC em boa hora decidiu fazer. Ainda não entendeu que as nossas reivindicações são justas e que temos de lutar pelos nossos direitos mesmo que ás vezes isso signifique não se fazerem todos os serviços. Se a greve não prejudicasse ninguém então não fazia sentido fazer-se greve. O que o sr. jornalista devia defender era que os colegas da GNR também recebessem horas extraordinárias, subsido de risco, um vencimento próximo do nosso e tivessem horário de trabalho. Para além disso em vez de criticar a PJ devia era criticar a GNR porque não respeito as nossas competências. Alguém devia tomar uma posição publica contra este sr. e se não for a DN (de quem já nada se espera) tem que ser a ASFIC.

Anónimo disse...

Este pseudo-jornalistta deve ter algum trauma contra a PJ vá-se lá saber porquê. Não percebo é como é que o Anjos, o Garcia e o Dr. José Braz ainda escrevem todas as semanas para o jornal de que esse senhor é director. Como forma de protesto contra todos os ataques que esse senhor tem feito à nossa casa deviam mas é deixar já de colaborar com o CM, que só vende o que vende graças à PJ. É uma questão de orgulho e de dignidade!

Adão Santos disse...

Ainda não percebi porque estas situações são da competência da PJ????? Furtos de ATM com retroescavadora???? É porque tem especial complexidade por uma retroescavadora a funcionar? Mas eu tal como outros colegas, também recebi um processo desses dum furto de ATM numa Junta de Freguesia no Alentejo, mas porquê????? Porque tem visibilidade na comunicação social???? A GNR e muito bem, dentro das suas competências fez um excelente trabalho e dou-lhes os parabéns!

Anónimo disse...

Caro colega das 12,49 acho que tem toda a rezão. Até acho que a direção da ASFIC se devia também solidarizar com os policias que estão a fazer greve no Brasil. É verdade que a Baia está a ferro e fogo mas também a direção da ASFIC achou que era preferivel deixar bandidos em liberdade a furar a greve. Como bem diz se a greve não prejudicasse ninguém não valia a pena fazer greve. Só ainda não vi foi para que é que a greve serviu para além de beneficiar alguns bandidos e alguns preguiçosos da casa.

Quanto ao Carlos Anjos, ao Garcia e ao Zé Braz se o colega está à espera que eles sejam coerentes é melhor comprar uma cadeira, daquelas que dá para dormir a sesta.

O Já Me Estou a Ver Grego

atchim disse...

este sr tem toda a razão!! A Directoria de Faro já nos tem habituado a uma incompetência total...
todas as semanas somos brindados com noticias destas que se passam no Algarve. Sejam relativamente a droga, homicídios, atm´s, etc.
há muito desemprego no país, se não querem trabalhar deixem para os que estão dispostos a isso!
Parabéns à gnr,que tem muito mérito, no entanto, estou em crer que os seus sucessos no Algarve, são, em muito, consequência da incompetência daquela Directoria!!
Tenho dito...

Atchim

Anónimo disse...

Atchim tem toda a razão, o que (não) se passa na Directoria do Sul é inconcebível: a sala de escutas dos outros OPCs está sempre à "pinha" e a da PJ só é utilizada quando alguém de Lisboa lá vai..........Eu percebo que a clima do Algarve,o mar, a serra, são muito atractivos mas há limites.......

Anónimo disse...

Agora a culpa é dos mouros.

Concordo que são um pouco indolentes, mas a casta pura lusitana também não parece lá muito empenhada!

Anónimo disse...

Sem querer tirar razão ao anónimo das 08:48, Devo lembrá-lo que o que constata em relação às Escutas pode não ter a ver com o clima do algarve, mas ser mais uma vez o fruto do mau modelo de investigação que está radicado na PJ, onde uma pequena parte trabalha para os louros dos outros. Os outros OPC têm muitos elementos especialmente vocacionados para acompanhar as Escutas. Esses elementos, em número superior ao número de Inspectores duma Brigada da PJ, só fazem isso vão tendo reuniões permanentes com o Agentes da Investigação, que só investigam, e com quem tem a missão de as transcrever. Portanto, há uma verdadeira divisão de tarefas, superiormente orientada e definida. Há alguém responsável a coordenar isto tudo.
Agora, na PJ, como o colega sabe, o Inspector é que faz tudo, a solicitação, o controlo, a gravação, o resumo quinzenal, a transcrição, etc., etc.. Por vezes, com a ajuda esporádica dum ou outro colega de Brigada, pois também têm os processos e as escutas deles. Paralelamente com as escutas o Inspector tem também de manter a investigação dinâmica, nomeadamente fazer inquirições e interrogatórios. Realizar as diligências no exterior. Fazer os relatórios intercalares a pedir novas escutas, ou buscas, ou detenções, apresentar os criminosos. Levar a viatura de Serviço à Oficina ou a lavar ou à Inspecção Periódica. Em suma, o Inspector tem de tentar possuir aquilo que toda a gente minimamemte inteligente sabe que não possui - o dom da Ubiquidade. E, no meio disso tudo,ainda tem de aranjar tempo para fazer alguma coisinha nos outros processos que tem a seu cargo, para mais tarde não ter de responder mal a nenhum daqueles que, por não trabalharem, se esquecem rapidamente ou, mais grave ainda, não têm sequer consciência do trabalho desenvolvido pelo seus subordinados. Eu conheço muitos casos em que esses superiores hierárquicos directos referiram a Inspectores que desenvolveram investigações de sucesso com grandes apreensões e detenções, que estatisticamente eram apenas um processo. É claro que só o afirmaram depois, pois no momento das apreensões e das detenções fizeram questão de aparecer para colher os louros. Também há casos em que quando confrontados com todo o trabalho das escutas e o que as mesmas envolvem, respoderam aos Inspectores quem faz os filhos é que os tem de sustentar. Portanto, se assim é, eu não critico os colegas de Faro e até os elogio por terem visto primeiro o que alguns, como eu, por carolice, parvoice ou outra razão qualquer, levaram mais tempo a constatar. Tenho muitas horas de escutas, muitos quilómetros de estrada e os anos suficientes de trabalho de Policia para continuar a insistir no erro.
Além disso, tal como diz, e muito bem, o Adão Santos, este caso dos assaltos a ATM com retroescavadoras não era da competência da PJ, por isso, Parabéns à GNR.
Um Abraço do ABROLHOS

Lobo Mau disse...

Só quero deixar os meus parabéns ao excelente comentário do ABROLHOS. Acertou na "mouche".

Anónimo disse...

Meus caros, por todos vós, pelas vossas famílias, por aqueles que já cá passaram e que querem sentir que a luta deles não foi em vão, e também por mim.

Este modelo, tal como o conhecemos, não serve. As chefias, os CIC's e Dirigentes não tem capacidade/vontade de mudar o modo como trabalhamos muito desajustado da realidade criminal. A nossa casa está infestada de procuradores e outros pseudo-legalistas que se amarram ao processo e não saem daquilo, do oficiozinho, do faxezinho, da inquiriçãozinha, do interrogaoriozinho, etc. e assim continuamos a trabalhar como há 30 ou 40 anos atrás.
Cada vez temos regulamentos mais complexos, vejam o regulamento de condução de viaturas por exemplo, que a ser cumprido levará a uma situação caótica.
É justamente por isso, para utilizar o trunfo da ignorância de quem o elaborou, a este e outros regulamentos, que vos desafio a todos ao integral cumprimento do mesmo. Talvez assim consigamos levar estes "rapazinhos dirigentes" a parar um pouco para pensar na parvoice do instrumento de trabalho que publicaram ou mandaram publicar. Há que cumprir todos os regulamentos e assim fazer esta casa parar, porque isto tem mesmo que parar.

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Lisboa, Portugal
Investigador Criminal