(Artigo semelhante a um existente no DN )
Associação Sindical diz que está em causa o cumprimento da função da PSP
Investigações paradas porque sistema de impressões digitais não funciona
Edição de 2012-02-02
Há investigações criminais da PSP que andam a passo de caracol ou estão paradas porque os sistemas de comparação de impressões digitais, essenciais para se fazer prova dos actos cometidos pelos suspeitos, estão sem funcionar há mais de um mês. A situação está a afectar o comando distrital de Santarém e a Polícia de Vila Franca de Xira que dependem deste serviço na direcção nacional da PSP e no Comando Metropolitano de Lisboa, que serve a região.
A PSP comprou equipamentos e passou a gerir estações de partilha automática de identificação através de impressões digitais, para não estar unicamente dependente do laboratório da Polícia Judiciária. Questionada por O MIRANTE sobre esta situação, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) confirma a situação. O presidente da associação sindical, Paulo Rodrigues, disse ao nosso jornal que o caso é preocupante e coloca em causa a função da PSP.
O problema está relacionado com o facto de o contrato com a empresa que garantia o funcionamento e manutenção do sistema não estar a funcionar. Como era esta que estava responsável pela protecção do sistema informático contra intrusão externa o sistema teve que ficar inoperacional para evitar ataques a informação confidencial e importante. A situação, segundo O MIRANTE apurou junto de fontes conhecedoras do sistema, arrasta-se desde o dia 23 de Dezembro e em causa está uma verba de cerca de oito mil euros anuais.
Existem neste momento cerca de seis centenas de processos periciais parados por causa do sistema não estar a funcionar. Paulo Rodrigues salienta que não se pode permitir que “a polícia pare por falta de orçamento, isso é o mesmo que dizer que esta não cumpre as suas funções”. E sublinha que este caso é “inadmissível”, mostrando-se muito preocupado. Pelo que vai fazer pressão para que a situação se resolva.
Paulo Rodrigues lamenta o sucedido e comenta que esta questão não diz só respeito à PSP, porque tem também implicações na realização da justiça. “O Governo tem que tratar destas questões de forma diferente”, porque “o desinvestimento na Polícia significa uma poupança imediata mas vai traduzir-se em mais gastos futuros”. E explicita: “A poupança agora pode obrigar a um reforço dos meios em duplicado no futuro”.
O MIRANTE contactou a direcção nacional da PSP mas até ao fecho desta edição não foi remetida qualquer explicação.
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sábado, 4 de fevereiro de 2012
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