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domingo, 29 de janeiro de 2012

They´re sic (or siic)

Britânicos replicam PJ
Desde finais de 90 que a PJ dispõe de um Sistema Integrado de Informação Criminal (SIIC). Em 2000, o legislador atribuiu à PJ a centralização, análise e disseminação da informação criminal e comprometeu-se a regulamentar o SIIC.

Por:Carlos Garcia, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal


A ideia era que funcionasse como alguns anos mais tarde veio a funcionar o NIM – National Intelligence Model – no Reino Unido. Mas as resistências de certo corporativismo bafiento impediram o seu progresso. Ainda assim, o legislador continuou a atribuir à PJ a responsabilidade de investigação da criminalidade mais grave, complexa e organizada. Apesar do esvaziamento propositado dos seus recursos humanos e materiais e da descaracterização a que tem sido sujeita, a PJ tem cumprido a sua missão. Em 2013, concluir-se--á no Reino Unido a implantação da NCA (National Crime Agency), outra réplica da PJ, conforme desenho do legislador de 2000. Uma agência dotada de autoridade para, no âmbito da criminalidade organizada, proceder à coordenação de todas as forças policiais, à semelhança do que acontece (ainda) em Portugal, no âmbito do Protocolo UCIC.

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu percebo as razões do Presidente da Asfic, e ele até poderá ter razão nos objectivos, mas perde-a no conteúdo do seu escrito: o siic é hoje, por diversas razões uma ferramenta ultrapassada e que urge ser modernizada ou substituída e aqui a ASFIC deveria perguntar por que razões não foram feitas actualizações e se calhar porque se investiu num outro programa de digitalização de processos/ ou de criação de processos digitais e não se investiu no SIIC. O SEI da PSP está mais avançado que o SIIC esta é a realidade, porque não exige os meios humanos que o SIIC requer (e a dupla introdução de dados ) é mais moderno e permite mais funcionalidades. Agora pergunto eu faz sentido que a PJ que investiga os crimes com arma de fogo não aceda directamente às bases de dados de registo das armas o que acontece em qualquer esquadra da PSP?

Anónimo disse...

Se calhar o que não faz sentido é a PJ investigar os crimes com arma de fogo. Tal tinha razão de ser em 1977. Hoje, infelizmente, com a vulgarização das armas de fogo, trata-se essencialmente de uma questão de segurança pública e que deve ser respondida pelas organizações vocacionadas para tal

Lobo Mau disse...

Caro anónimo de 29 de Janeiro de 2012 pelas 17:27. Percebo a sua angustia, tais organizações (como voce diz e muito bem)tem muito pouco trabalho. Senão vejamos, não há roubo por esticão, não há furtos em residências, em veiculos, nos veiculos, para que tais organizações trabalhem, por esse facto precisam desesperadamente de trabalhar em areas que não lhe dizem respeito. Bem sei que tais organizações (NIC, EIC e outras) precisam de protagonismo, pois o furto em residência não é o mesmo que um roubo com arma de fogo em que houve tiros e até mortes, alias o impacto nos media é logo outro. Caro anónimo da organização de segurança pública, preocupe-se é em realizar aquilo que as populações "gritam" desespeadamente que a sua organização faça, e que é pura e simplesmente POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE, por outras palavras, PATRULAMENTO AUTO OU APEADO, pois foi para isso que as organizações de segurança pública foram criadas e é para isso que devem continuar a existir.

PS.: Já pensou que se houvesse mais elementos dessas organizações de segurança pública na rua, a fazer patrulhas, que muito provavelmente os indices de criminalidade baixavam. Vale a pena pensar nisto (RFM)

Açor disse...

Não me queria meter neste tipo de discussão, mas fazendo parte da casa tenho que olhar para o meu umbigo e para o dos outros desapaixonadamente.
Existe alguma razão nas alegações de que não se assume as competências. Aqui vai!
Na minha opinião sobrevaloriza-se a Investigação Criminal (IC). Num contexto geral das Forças e Serviços de Segurança (FSS) existem diversas componentes que, fazendo parte desta estrutura, estão subalternizadas e (pior!) abandonadas.
Se formos a fazer um exercício / pergunta tão simples quanto esta (Qual o maior receio do comum dos cidadãos – ser morto ou ser furtado?) a resposta salta à vista e esclarece-nos.
A pirâmide está invertida, todos querem fazer investigação criminal e ninguém quer fazer o verdadeiro trabalho de base. O policiamento de proximidade, a fiscalização e a recolha e tratamento de informação são as bases de um sistema que permite “fornecer” um verdadeiro serviço público aos cidadãos.
Agora aqui vai o meu tiro no pé. Se olharmos para a Investigação Criminal na sua mas reativa essência, estamos perante um serviço que se limita a “varrer os cacos“, ninguém consegue evitar, a posteriori, a venda de droga, o assalto à mão armada ou o furto. Mas podemos prevenir, dificultando e sendo visíveis (todos nós, FSS).
Um dia, pensar-se-á várias vezes antes de se assaltar um Banco (crime da competência da PJ), se os outros OPC tiverem um grau de reação mais alto do que já elevando o riso.
SIM, dependemos uns dos outros e o respeito tem dois sentidos!!!
Cumps
Açor

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Investigador Criminal