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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As zonas de conflito entre OPCs

Tráfico tomou conta da Pasteleira

Ontem

As doses confiadas ao "pindérico" foram-se em menos de nada, mas a "mula" já tratou de ir buscar reforço à "casa de recuo". O cenário é o Bairro da Pasteleira, o novo grande supermercado de droga no Porto.

"Claramente, o que está a verificar-se é uma transferência do tráfico do Aleixo, um bairro em vias de demolição, para a Pasteleira", dizem fontes da Polícia Judiciária que conhecem esta realidade. O cenário na Pasteleira, a certas horas, é o típico de um ponto de intenso tráfico: há "controleiros" em pontos estratégicos, "não vá a bófia (polícia) chegar", e pindéricos (vendedores-consumidores, pagos à dose) com "castanha" (heroína) ou "branca" (cocaína), em doses moderadas, para, caso sejam apanhados, poderem argumentar que era produto para consumo próprio.

Enquanto as "mulas" (distribuidores) tratam de garantir os reabastecimentos a partir da "casa de recuo" (depósito da droga), o apuro vai seguindo para casa de pessoa "que inspira grande confiança" ao real gestor do negócio.

É alguém que "quase não mexe na droga nem no dinheiro", que até pode não morar no bairro, nem fará grande drama se for preso, porque é na cadeia que refina contactos para melhor rentabilizar o negócio.

"Aquilo que lhe dói verdadeiramente é o património", asseguram as fontes policiais contactadas pela agência Lusa. Na Pasteleira, o que se faz é o chamado tráfico directo, cujo combate está confiado desde 1994 ou 1995 à PSP. "Mas como a PSP tem acesso a um 'brinquedo' novo - as escutas telefónicas -, em vez de investigar o tráfico directo, quer ir o mais acima possível e entrar em domínio da Polícia Judiciária", critica a fonte.

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