Procurador do caso BES Angola contratado pelo BIC
Procurador que investigava BES em Angola contratado por banco africano
Por:Diana Ramos/ Tânia Laranjo/ Ana Luísa Nascimento
Orlando Figueira, o procurador que investigava o caso ‘BES Angola’, vai trabalhar para o banco BIC, que tem entre os accionistas Isabel dos Santos. A mudança está a gerar mal-estar na magistratura, sobretudo no DCIAP, onde está colocado.
Questionado pelo CM, Orlando Figueira escusou-se a revelar o nome da nova entidade patronal por ter assinado um acordo de confidencialidade. "Vou para o sector privado, mas garanto que não há nenhuma incompatibilidade ou nenhum impedimento ético ou moral", disse. Confirmou tratar-se de "uma empresa do sector financeiro com ligações à Europa e ao continente africano". Figueira disse que as suas funções serão exercidas "no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais". Sobre os motivos que o levaram a aceitar o cargo, justificou-se com razões "pessoais e financeiras". "Tenho 50 anos, dois filhos na universidade, estou recém-divorciado e os cortes salariais levaram-me a optar."
Pinto Monteiro substituiu o titular do processo ‘BES Angola’ depois de o Conselho Superior do MP ter concedido a Figueira uma licença sem vencimento de longa duração, a partir de Setembro. Nenhum dos conselheiros foi informado sobre o destino profissional do magistrado, mas a situação causou grande desconfiança. Por isso, quando Pinto Monteiro anunciou a decisão de afastar Figueira, todos os membros que se pronunciaram apoiaram a posição do PGR.
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
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5 comentários:
Inveja, pura e dura.
Como alguns Procuradores já disseram, "se me tivessem feito o convite tomava a mesma decisão".
Estes pudores provincianos de não se poder sair para o sector privado, mesmo que concorrencial, metem-me muita confusão.
O Ex. presidente da CGD não foi para o BCP? Qual o problema?
Será que o Procurador por ir trabalhar para o BIC se vai tornar bandido?
O problema é só um: INVEJA de um deles ter sido escolhido para ganhar muito dinheiro sem ter a chatice de trabalhar nos processos. Para além disso, alguém vai ter que "levar" com os Inquéritos que ele deixa.
Ele não se vai tornar bandido, vai apenas trabalhar para eles, meu caro.
Por um lado até concordo consigo anónimo das 09:55, claro que o Sr Dr deve ter a possibilidade de ir trabalhar para o privado!
E pondo de parte a questão de saber se ele tem informação confidencial sobre o banco com que vai trabalhar ou dos seus concorrentes... o que a mim me faz espécie é a questão de este senhor ter o seu lugar assegurado ad eternum no Público!!
"E pondo de parte a questão de saber se ele tem informação confidencial sobre o banco..."
Até porque esta questão é mesmo uma minudência.
A depravação é total quando à nossa volta está tudo a saque: a ética, os princípios, a moral, tudo...
Foi exactamente esse o meu ponto...
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