Alguns indivíduos, que apenas se vangloriam e cultivam uma vaidade pessoal que já não tem correspondência numa PJ que ajudaram a ser cada vez mais ineficiente, vêm agora, certamente através de conhecimentos que têm nos jornais, tentar dar a ideia de que estão preocupados e atentos. De facto, pedir respeito por algo que nunca se teve é, no mínimo, curioso. Porque é que enquanto funcionários superiores e dirigentes no exercício pleno das suas funções, estes senhores nunca tomaram medidas para premiar verdadeiramente o mérito e repor a legalidade na PJ. Pois é, enquanto forem só alguns inspectores a trabalhar para os superiores colherem os louros, está tudo bem. O tacho é muito bom se ganharmos bem e nada produzirmos. Também não vi nenhum destes senhores a acabar com a utilização abusiva e ilegal das viaturas de serviço, nem a opor-se ao pagamento de piquetes a ditos funcionários superiores que quase nem sabem onde ficam as instalações dos Piquetes e não sabem sequer o que é uma jornada de 24 horas de trabalho seguidas. Enfim, foi tudo isto que descapitalizou e continua a descapitalizar a PJ. Quantos coordenadores definem ou definiram estratégias de investigação? Quantos inspectores-chefes elencaram planos de diligências e presidiram às mesmas?. Quantos funcionários destas duas categorias sabem realmente do que tratam os processos pendentes que têm nas suas secções e brigadas? Quantos funcionários destas duas categorias escreveram algo mais nos processos do que notas, que designam como despachos, a remetê-los ao MP ou ao inspector, dependendo do sentido da tramitação? Pois é, a politica do "Veja lá isso inspector. Você é que sabe" é bem mais apetecível. Então, se assim é, porque têm telefone de serviço distribuído? Porque têm viaturas distribuídas e utilizam-nas, em exclusivo, para deslocações entre a residência e o local trabalho? Fazem ideia de quanto é que isso custa por mês ao Estado? Provavelmente mais do que o suficiente para pagar condignamente as horas extraordinárias daqueles inspectores que realmente as fazem. De facto, se houver honestidade intelectual, tem de se reconhecer que, na prática, a PJ só existe, não para prosseguir fins públicos, mas essencialmente para beneficiar alguns dos que nela trabalham e, assim sendo, como diz o outro "E O POVO PÁ". Se souberem ler e meditar sobre este pequeno texto, aplicando-o ao vosso quotidiano laboral, principalmente os inspectores, têm de reconhecer que já não existe razão para a existência duma PJ. Um inspector, aquele que realmente produz e vai contribuindo para alguns sucessos da instituição, fá-lo integrado em qualquer Ministério ou Organização, seja ela policial ou judiciária, sendo certo que produz bem melhor se tiver acima dele verdadeiros TRABALHADORES, sejam eles autoridades judiciárias ou autoridades de policia criminal, neste caso, não apenas no sentido formal, mas materialmente autênticos Oficiais de Policia. Portanto, a solução da PJ não passa por artigos de opinião corporativistas que apenas tentam gritantemente manter os privilégios e as mordomias de alguns dos que lá trabalham e que bem sabem não os merecer.
Debate de temas sobre a Policia Judiciária, investigação criminal, prática judiciária e temas de direito. Se quiser enviar artigos: invescriminal@gmail.com
segunda-feira, 30 de maio de 2011
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7 comentários:
Quando se atinge na mouche com tamanha evidência e precisão até se costuma dizer: No coments!
Bravo. Belo texto que subscrevo totalmente. Fiz o que é pedido, acordei e adaptei o conteúdo ao meu quotidiano e aos dos meus colegas e não podia estar mais de acordo. Eu acho que é de manter a PJ, mas realmente só com inspectores. Todas categorias superiores, pensando bem, não fazem mesmo falta. Os inspectores devem trabalhar directamente com os magistrados do MP. Isso é que é uma PJ a sério.
lol
É essa a dura realidade que está a ajudar a matar esta instituição, o abuso descarado de chefias superiores e intermédias que se orientam, atirando para trás das costas os interesses da instituição.
Bravo...
Agora na PJ, há um novo conceito das chefias intermédias e dos pseudo intelectuais, que se apelidam de "infiltrados" no poder político para conseguirem os seus intentos. Mas meus senhores não há almoços grátis.
Lamentavelmente excelente este artigo!!!!!!!!!!!!!!!!
Independentemente da veracidade e legitimidade deste comentário, meus caros amigos, chegou a hora de colocar divergências de lado e de nos aliar-mos contra este antigo intento (já dos tempos do Dr. Ângelo Correia - curiosamente mentor do futuro Primeiro-Ministro) do PSD.
Assim, peço encarecidamente que deixemos de dar tiros nos pés, e que comecemos a cerrar fileiras neste duro combate que se avizinha.
Grande Abraço
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